Os três homens que participaram das agressões e morte do angolano Moïse Kabagambe, no Rio de Janeiro, vão continuar presos. A decisão foi tomada após audiência de custódia, nessa quinta-feira (3), que manteve as prisões temporárias de 30 dias de Fábio Pirineus da Silva, o “Belo”, Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, o “Dezenove”, e Brendon Alexander Luz da Silva, o “Tota”.
O homem foi assassinado após cobrar pagamento de salário por trabalho no quiosque Tropicália, localizado na orla da Barra da Tijuca, na capital carioca. As imagens de câmera de segurança que flagraram o crime mostram Moïse, com os pés e mãos amarrados, sendo agredido com socos, chutes e golpes com pedaços de pau até sua morte. O corpo foi deixado ao ar livre próximo ao seu local de trabalho e encontrado posteriormente por policiais militares.
As audiências de custódia permitem verificar se as prisões foram legais, com os mandados regularmente expedidos e sem violência contra os presos. Os três foram levados para o Presídio José Frederico Marques, em Benfica, após decisão judicial, que acolheu a denúncia do Ministério Público (MP) por homicídio duplamente qualificado.
Enquanto os acusados eram ouvidos pela Justiça, familiares de Moïse foram recebidos na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A comissão, juntamente com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RJ), irá acompanhar as investigações sobre o caso. O órgão também ofereceu apoio psicológico aos familiares de Moïse e discutiu medidas de segurança que poderão ser adotadas pelos parentes do congolês.
“A família se sente exposta e vulnerabilizada com tudo e teme pelo seu futuro e segurança. Por isso, o nosso atendimento aqui foi priorizar e reforçar a segurança da família, para que independentemente da decisão que eles tomem de ficar no Brasil ou não, que essa decisão seja pautada na segurança”, disse a presidente da Comissão, deputada Dani Monteiro.
A mãe de Moïse, Ivana Lay, conversou com os parlamentares e agradeceu pela atenção: “Eu me sinto feliz por ter sido recebida pela comissão da Alerj e também pela OAB, que ouviram as minhas dores. E agradeço à imprensa por ter mostrado toda a verdade”, disse Ivana.
O irmão de Moïse, Djodjo Baraka Karagambe, pediu justiça. “Esperamos que as pessoas que fizeram isso com ele paguem. Queremos justiça”.