Apenas um ponto divide Fortaleza e Ceará atualmente na tabela do Brasileirão. O tricolor está na 13ª colocação com 27 pontos, enquanto o alvinegro está na 15ª com 26. Entretanto, a diferença entre os dois clubes na temporada de 2022 é maior do que a pontuação na classificação sugere. Ambos os times reforçaram seus elencos na mesma intensidade, mas, até o presente, apenas o Leão conseguiu sucesso no ano.
Lado Tricolor
Em 2021, o Fortaleza fez a melhor temporada da sua história. O time terminou o Campeonato Brasileiro na 4ª colocação e conquistando uma classificação inédita à Libertadores. Além disso, chegou até as semifinais da Copa do Brasil, fazendo a melhor campanha da história do clube na competição.
Com isso, o planejamento para 2022 deveria ser cauteloso para manter o sucesso que foi o ano anterior. Para esta temporada, o Leão do Pici perdeu dois titulares importantes que se destacaram em 2021: Éderson e David. A diretoria tricolor foi ao mercado para substituir esses atletas e reforçar ainda mais o plantel para um ano recheado de competições.
No início daquele ano, chegaram: Fernando Miguel (goleiro), Anthony Landázuri (lateral/zagueiro), Wagner Leonardo (zagueiro), Brayan Ceballos (zagueiro), Juninho Capixaba (lateral esquerdo), Zé Welison (volante), Moisés (atacante), Silvio Romero (atacante), David da Hora (atacante) e Renato Kayzer (atacante). Além deles, o zagueiro Marcelo Benevenuto e o volante Matheus Jussa tiveram seus passes comprados pelo clube, eles que anteriormente estavam apenas emprestados ao Leão.
No Campeonato Cearense e na Copa do Nordeste, o time de Juan Pablo Vojvoda venceu sem grandes dificuldades, ambos de forma invicta. No estadual, a equipe goleou o Caucaia por 4 a 0 e conquistou seu 45º título da competição. No Nordestão, o time venceu o Sport por 1 a 0, após empatar na ida em 1 a 1, e levantou a sua segunda “orelhuda.”
As dificuldades começaram quando a equipe teve de conciliar Brasileirão, Libertadores e Copa do Brasil ao mesmo tempo. Nos dois torneios mata-mata, a equipe conseguia mostrar ser o mesmo Fortaleza de antes. Estreando na Libertadores, o time passou em segundo lugar em um grupo com River Plate, Colo Colo e Alianza Lima, e foi até as oitavas de final, quando foi eliminado para o Estudiantes. Na Copa do Brasil, o clube novamente eliminou o rival Ceará, desta vez nas oitavas de final, e parou nas quartas, quando foram eliminados para o Fluminense.
O grande problema do time se deu no Campeonato Brasileiro. O tricolor passou o primeiro turno inteiro na zona de rebaixamento, terminando a 19ª rodada na lanterna da competição, tendo vencido apenas três jogos até então. A virada de chave do time começou com a movimentação na janela de transferências no meio do ano.
A equipe teve a indesejada saída de Yago Pikachu, principal jogador do time, para o Japão, mas “se livrou” de atletas com quem não contava mais, como Max Wallef (goleiro), Jussa (volante), Igor Torres (atacante) e Renato Kayzer (atacante). Dessa forma, chegaram novos atletas: Luan Polli (goleiro), Emanuel Britez (lateral/zagueiro), Lucas Sasha (volante), Fabrício Baiano (volante), Caio Alexandre (volante), Romulo Otero (meia), Thiago Galhardo (atacante) e Pedro Rocha (atacante).
Essa mudança fez a equipe sair da lanterna para a 13ª posição do Brasileiro, chegar a quatro vitórias seguidas e cinco sem tomar gols e agora mirar a parte de cima da tabela.
Lado Alvinegro
Após um 2021 de decepções, sendo vice do Cearense e Copa do Nordeste, eliminado para o rival na Copa do Brasil e conquistando apenas uma 11ª colocação no Brasileirão, a ideia era mudar o ambiente alvinegro para não repetir os mesmos erros.
O clube iniciou a temporada com o treinador Tiago Nunes, contratado em agosto do ano passado. O técnico recebeu os reforços de Marcos Victor (zagueiro), Lucas Ribeiro (zagueiro), Nino Paraíba (lateral direito), Michel Macedo (lateral direito), Victor Luis (lateral esquerdo), Richard (volante), Richardson (volante), Rodrigo Lindoso (volante), Iury Castilho (atacante), Dentinho (atacante), Zé Roberto (atacante) e Matheus Peixoto (atacante).
A diretoria alvinegra prosseguiu a reformulação no elenco ao deixar sair muitos atletas com quem o time não contava mais, como Gabriel Dias (lateral direito), Igor (lateral direito), Fabinho (volante), William Oliveira (volante), Marlon (meia) e Yony Gonzalez (atacante).
Entretanto, os primeiros três meses do ano não poderiam ter sido mais decepcionantes para o Vovô. No estadual, a equipe foi eliminada nas quartas de final para o Iguatu, nos pênaltis, fazendo uma das piores campanhas da história do clube na competição. Na Copa do Nordeste, novamente eliminação nas quartas e nos pênaltis, dessa vez para o CRB. Isto culminou na demissão de Tiago Nunes do comando técnico.
Os ares pareciam mudar no alvinegro após a chegada do técnico Dorival Júnior. O time fazia ótima campanha na Copa Sul-Americana, com 100% de aproveitamento e se classificando para as oitavas de final. Porém, o treinador recebeu proposta para dirigir o Flamengo e acabou deixando o Ceará. Para o seu lugar, chegou Marquinhos Santos.
O ex-técnico do América Mineiro, responsável por levar o Coelho para a Libertadores, não conseguiu fazer o time evoluir. Chegaram reforços no meio do ano, como Diego Rigonato (meia), Guilherme Castilho (meia), que custou R$ 10 milhões, Jhon Vásquez (atacante) e Jô (atacante), mas o treinador foi eliminado na Copa do Brasil para o rival Fortaleza e na Copa Sul-Americana para o São Paulo, esta novamente nos pênaltis.
Após derrota no Brasileirão para o Tricolor do Pici, o técnico não resistiu à pressão e foi demitido do cargo. Agora, o Vovô está a cinco rodadas sem vencer, na 15ª posição com 26 pontos e se aproximando da zona de rebaixamento.