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11 de setembro de 2024

“As decisões serão tomadas para que cada cearense possa ter, pelo menos, três refeições por dia”

Primeira-dama do Ceará, Lia Freitas está liderando o debate sobre o combate à fome no Ceará de forma integrada entre diversos setores da sociedade
Foto: José Wagner/Divulgação

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Um dos pontos destacados nos primeiros dias do governo de Elmano de Freitas (PT) é o combate à fome no Ceará, situação agravada principalmente por conta da pandemia e necessidade de medidas de isolamento social. Mesmo após o período de arrefecimento dos casos da doença por conta da vacinação, as demandas sociais se mantêm latentes e requerem do poder público ações certeiras e imediatas. No Estado, cerca de 50% da população passa por algum grau de insegurança alimentar, conforme mostra o Estudo da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Penssan), de setembro do ano passado.

Diante da situação, a primeira-dama do Ceará, Lia Freitas, espera conseguir integrar diferentes setores da sociedade, como igrejas, empresas, ONGs, entre outros, no combate à fome. Ela está liderando o tema no Estado e se reunindo com pessoas e entidades interessadas para a formulação de políticas efetivas voltadas à população em vulnerabilidade social.

OPINIÃO CE: Gostaria que a senhora trouxesse um breve histórico seu, onde nasceu, formação, atuação etc…
LIA FREITAS: Considero-me uma mulher dedicada a todas as tarefas que me são impostas na vida, e trabalhadora. Sou esposa do Elmano, mãe da Maria Beatriz; e filha do Zilmar Freitas e da Gláucia Gondim, minhas referências de vida. Nasci em Fortaleza, mas tenho raízes em Russas. Sou formada em Administração pela Universidade Estadual do Ceará, com mestrado em Políticas Públicas e, atualmente, curso Medicina. Sou servidora pública concursada da Prefeitura de Fortaleza, onde sempre colaborei em projetos de melhorias para servidores públicos. Conheci Elmano em 2011 e nos casamos três anos depois. Fomos abençoados com o nascimento de nossa amada filha, Maria Beatriz, em 2018. Temos algo muito importante que nos une, além do amor que sentimos um pelo outro e pela nossa pequena Maria Beatriz: a fé e o trabalho em prol das pessoas em situação de vulnerabilidade. Assim como Elmano, sempre participei ativamente dos movimentos sociais ligados à Igreja Católica. Então, eu sou essa mulher dedicada aos estudos e à minha família, com fé inabalável e sempre buscando conexão e empatia com aqueles que mais precisam.

OPINIÃO CE: A senhora está à frente de um importante debate no Ceará, que é o do combate à fome. Com quais números o Estado vem trabalhando, nesse início de mandato, para levantar essa situação?
LIA FREITAS: Esses números ainda estão sendo compilados por toda a equipe técnica, com o envolvimento de outras instituições e pastas governamentais. Precisamos de estatísticas atualizadas, em razão de importantes fatores, como a conjuntura política e econômica dos últimos anos, além da pandemia [de covid-19] que vivenciamos. Então, a partir da análise desses dados, as decisões serão tomadas para que cada cearense que hoje vive em insegurança alimentar possa ter, pelo menos, três refeições diárias.

OPINIÃO CE: Como deve ser a atuação da senhora nessa importante frente?
LIA FREITAS: Além conduzir esse grupo que vem pensando em estratégias de combate à fome no Ceará, estou ainda acompanhando os projetos já implantados pela nossa ex-primeira-dama Onélia Santana, que agora é secretária da Proteção Social (SPS), bem como estou ao lado do governador, no que for preciso, junto aos projetos coletivos que estamos construindo. Com muita dedicação, a nossa missão é melhorar a qualidade de vida dos cearenses. Sem dúvidas, avançaremos na construção de um Estado mais igualitário e com oportunidades para todos.

OPINIÃO CE: Neste começo de mandato, já houve reuniões com Ifan e com o grupo de trabalho de combate à fome. O que foi debatido nesses encontros e o que ficou acertado de ações concretas?
LIA FREITAS: Na verdade, as reuniões com esse grupo, composto por profissionais técnicos das secretarias da Proteção Social, de Desenvolvimento Agrário, de Cultura, e com as demais instituições, ocorrem desde o ano passado, ainda na fase de transição do Governo. Eu me reuni recentemente também com pesquisadores do Iprede, que é o Instituto da Primeira Infância da Universidade Federal do Ceará. Sobre o nosso programa, que vem sendo desenvolvido, há um faseamento sendo pensado neste momento. Após a realização do que deve ser um grande pacto, pretendemos discutir a melhor forma de incentivar e operacionalizar o que chamamos de Unidades de Preparação de Refeições, as UPRs, em todo o território cearense, estudando as diversas possibilidades para garantir apoio de forma simples e menos burocrática.

OPINIÃO CE: Como a senhora avalia os programas já desenvolvidos no Ceará e qual deve ser o papel deles no governo Elmano?
LIA FREITAS: A ampliação e o fortalecimento do Programa Mais Infância Ceará são um dos principais objetivos do governador Elmano. Na última terça-feira, 10, ele esteve em reunião com o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, em Brasília, para tratar sobre isso, bem como para dialogar sobre o combate à fome, que é um dos focos principais do Governo Estadual e agora também federal. O Ceará tem hoje 150 mil famílias beneficiadas pelo Cartão Mais Infância em seus 184 municípios, por exemplo. E a meta do governador Elmano de Freitas é ampliar esse número. Temos ainda o Mais Nutrição e o Vale Gás Social, que apoiam diretamente famílias em vulnerabilidade social. É um trabalho que foi pensado pela nossa secretária da Proteção Social, Onélia Santana, e que após uma forte estruturação, se transformou em política pública. Então, ele se funde com os programas que estamos elaborando e que serão voltados ao público mais vulnerável. Tenho convicção que dar continuidade a essa política pública será muito importante para os nossos cearenses.

OPINIÃO CE: Além do combate à fome, quais áreas devem ser priorizadas no âmbito da assistência social?
LIA FREITAS: Creio ser fundamental seguir com o trabalho de interiorização da saúde, com foco nos atendimentos especializados, voltados ao público infantil. Sou uma pessoa estudiosa, curiosa e tenho aprofundado meu conhecimento especialmente nessa área. Quero ainda promover ações de cuidados e inclusão voltadas a crianças com Transtorno do Espectro Autista, e também, com alergias alimentares e doenças raras.

OPINIÃO CE: Qual o sentimento que a senhora traz das ruas, deste momento, de uma eleição conturbada nos cenários local e nacional, para o que a gente está vivendo hoje, e o que fazer para reconciliar o Ceará e o Brasil?
LIA FREITAS: Trago um sentimento de mudança, após períodos tão desafiadores, e carrego comigo também a fé de que podemos mudar a realidade de muitos cearenses. Graças à vontade de Deus e à escolha do nosso povo, temos Elmano como governador, tivemos grandes líderes como Camilo Santana e Izolda Cela, e agora o nosso presidente Lula de volta. Ele, que é o maior líder popular que esse País já teve. Então, com esse alinhamento, sei que a realidade de muitas pessoas mudará nos próximos anos. Durante a campanha, em uma das frentes, visitei muitos lares, conversei com muitas pessoas, ouvindo-as acerca de suas principais necessidades. E assim continuarei fazendo. Como primeira-dama, seguirei conhecendo a realidade das pessoas.

OPINIÃO CE: Qual a principal marca que a senhroa quer deixar como primeira-dama do Ceará?
LIA FREITAS: Eu quero que os cearenses saibam que eu sou uma pessoa simples, atenciosa e, como falei, uma eterna inconformada com as injustiças. Eu quero ajudar esse time formado por Lula, Camilo e Elmano a cuidar das pessoas que mais precisam, ajudando a construir um estado com desenvolvimento econômico sustentável e desenvolvimento social.

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