Um total de 512 pontos de Fortaleza têm instaladas “armadilhas ovitrampas” para capturar os ovos do mosquito Aedes aegypti. A estratégia é usada pela Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), e ajuda no combate à proliferação das arboviroses. De acordo com a gestão municipal, de janeiro a junho deste ano, a estratégia auxiliou na retirada de cerca 225 mil ovos de mosquitos nos bairros da Capital, sem precisar usar inseticidas químicos.
As armadilhas são instaladas em residências e pontos estratégicos da cidade. Neste período, foram realizadas quase 10 mil visitas dos agentes de endemias para esta estratégia, visando o monitoramento e a tomada de decisões para orientar ações e implementar medidas de controle.
Como funciona
As ovitrampas simulam o ambiente perfeito para a procriação do Aedes aegypti: um vaso de planta preto é preenchido com água, que fica parada, atraindo o mosquito. Nele, são inseridas uma palheta de madeira (Eucatex) que facilita que a fêmea do Aedes coloque ovos. Dessa forma, os agentes de endemias conseguem observar, de maneira mais rápida e eficiente, a quantidade de mosquitos naquela região e aceleram as ações de combate ao mosquito, sem que o inseto se desenvolva.
O equipamento fica no local por um período de sete dias e, depois, é enviado ao laboratório de Entomologia para contagem dos ovos. A cada semana a palheta de madeira é substituída. Pela quantidade de ovos, ou ausência deles, é possível saber se há fêmeas com foco no raio de nove quarteirões da armadilha. “É um instrumento que nos mostra a presença do mosquito, principalmente onde estão as fêmeas, já que é um acompanhamento feito pela quantidade de ovos“, explica o gerente da célula de vigilância ambiental e riscos biológicos, Atualpa Soares.
“É um monitoramento minucioso, com data marcada, e de forma permanente. Com o aumento das chuvas, ele se mostra ainda mais importante. Isso porque há uma oferta maior de água e, consequentemente, maior infestação de mosquito. O monitoramento ajuda a direcionar de forma mais precisa as ações”.
Prevenção
Mesmo com o monitoramento das armadilhas, as medidas de prevenção mais tradicionais de combate aos focos são fundamentais: evitar o armazenamento de água parada, limpar calhas e caixas d’água com frequência, evitar acúmulo de lixo e colocar areia nos pratos e vasos de plantas. “Em todas as ações que realizamos, precisamos sempre da ajuda da população no combate ao mosquito. Precisamos nos mobilizar cada vez mais, unindo forças e redobrando a atenção em tudo que possa acumular água parada. Evitar proliferação do mosquito depende de cada um de nós”, aponta o biólogo.