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4 de outubro de 2024

Aras teria trocado mensagens com empresários defensores de golpe pró-bolsonaro

Celulares apreendidos mostram troca de mensagens entre Aras e empresários que utilizavam grupo no WhatsApp para fazer ataques às instituições e falar sobre a possibilidade de golpe caso Lula seja eleito
O presidente da república,Jair Bolsonaro participa da cerimônia de posse formal no cargo do procurador-geral da República, Augusto Aras na sede da PGR. Aras foi indicado pelo presidente para ocupar a chefia da PGR em 2019, mesmo não integrando a lista tríplice eleita pelos membros da Associação Nacional dos Procuradores da República. Foto: Agência Brasil

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Augusto Aras, atual Procurador-Geral da República e Procurador-Geral-Eleitoral, pode ter trocado mensagens com os empresários acusados de fazer ataques às instituições nacionais e planejar um golpe de Estado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições desde ano. A informação é do portal de notícias Jota, que cobre Brasília.

Nos celulares apreendidos pela Polícia Federal com empresários bolsonaristas nesta terça-feira, 23, há troca de mensagens com o procurador-geral da República, Augusto Aras, diz a reportagem. A informação foi confirmada ao site por fontes da Polícia Federal, do Ministério Público Federal (MPF) e do Supremo Tribunal Federal (STF).

Ainda segundo fontes do MPF, PF e STF, nas mensagens haveria críticas à atuação do ministro Alexandre de Moraes e também comentários sobre a candidatura de Bolsonaro. As mensagens ainda são mantidas sob sigilo, mas já viraram tema entre ministros do STF, de acordo com o veículo.

A troca de mensagens entre Aras e os empresários que se tornaram alvo do inquérito que investiga atos antidemocráticos pode trazer embaraços para o PGR. Principalmente porque a operação foi deflagrada em consequência do caráter da comunicação desses empresários, que defendiam Bolsonaro e eram críticas à eleição do ex-presidente Lula. De acordo com a PGR, o órgão só foi avisado sobre a operação de busca na manhã desta terça. No entanto, fontes ligadas a Alexandre de Moraes, ministro relator do inquérito no SET, apontam que a PGR foi informada da operação ainda nesta segunda-feira, 22.

De acordo com assessores de Augusto Aras, o procurador-geral da República tem conhecidos e amigos no mundo empresarial e, portanto, há conversas entre eles. Todavia, a equipe do PGR assegura que ele só soube da operação da PF nesta terça e, portanto, não trocou informações sobre as diligências policiais. A assessoria de Arais ainda afirma que as mensagens enviadas por ele a um dos empresários, agora alvo da investigação, são comentários apenas “superficiais”.

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