Segundo o levantamento mais recente da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado (SSPDS/CE), realizado por intermédio da Gerência de Estatística e Geoprocessamento (GEESP/SUPESP), o número de apreensões de armas de fogo em 2022 é superior ao do ano passado neste mesmo período. Até setembro de 2021, o Ceará havia apreendido 4.433 armas, enquanto que este ano já foram confiscadas 4.940.
De acordo com os últimos dados divulgados, 544 armas foram apreendidas no mês de setembro. Em comparação ao ano passado, neste mesmo mês, 45 armas de fogo a mais foram capturadas. Ainda segundo as estatísticas da GEESP/SUPESP, o dia da semana que mais teve armas apreendidas foi a sexta-feira, com 18,2%, enquanto a quarta-feira, com 12,5%, teve a menor incidência. O turno de maior pico de apreensão foi entre 12h00 e 17h59, tendo 33,1%, já o menor foi entre 00h00 e 05h59, com apenas 9,4%.
O ano de maior número de apreensões no Ceará foi 2018, com 7171 armas apossadas, seguido de 2017 com 6969. O Estado vinha em uma decrescente neste número desde 2020, entretanto, os dados voltaram a crescer em 2022. Em fevereiro e março, meses de maior incidência de apreensões, 1248 armas de fogo foram confiscadas no território.
NÚMEROS DE FORTALEZA
A Capital também apresentou uma crescente no número de apreensões de armas de fogo neste ano em relação ao ano passado. Entretanto, o mês de setembro apresentou o menor número do ano em Fortaleza, com 99 armas capturadas. Este foi o menor número mensal desde fevereiro de 2020, quando foram confiscadas 96 armas. Ao contrário de Fortaleza, as outras regiões do Estado tiveram aumento de apreensões no mês de setembro em relação a 2021. A Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) registrou 109 (contra 94 do ano passado), o Interior Norte 166 (contra 163 do ano passado) e o Interior Sul registrou 170 (contra 126 do ano passado).
De acordo com o Coronel Kilderlan Sousa, muitos desses equipamentos apreendidos são armas construídas artesanalmente e trazidas ao País por fronteiras terrestres. Segundo o policial do Raio, criminosos contratam torneiros mecânicos que constroem peças que calçam do calibre 12 ao 38.
“[As armas] vêm dos Estados Unidos, entram no Paraguai, são vendidas no comércio de lá, e entram no Brasil de forma ilegal. Muitas delas são trocadas por drogas, no mercado de drogas. E aí elas vêm para o Brasil pelo modal terrestre”, descreveu. Além disso, há os equipamentos que são roubados de profissionais de segurança e de pessoas que têm licença para possuir armas, mas são roubadas. “As empresas de vigilância adquirem essas armas, mas são vítimas de assaltos. A mesma coisa com o cidadão que adquire o equipamento de forma totalmente legal. Em determinado momento, são vítimas da criminalidade e as armas passam também para as mãos de criminosos”, explica.
Sousa atribui a alta nas apreensões ao trabalho do Raio (Comando de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas).. São 69 bases espalhadas pelo estado. O agrupamento é responsável por pelo menos 30% das apreensões. Do apurado deste ano, 2.133 foram tomadas pelos policiais do Radio.
Com a retirada das armas das mãos de criminosos, o agente indica que é reduzido o vetor dos homicídios no país, já que “mais de 76% são cometidos com arma de fogo”, indica. O trabalho, portanto, diminui o poder dos criminosos, celebra.
Número de apreensões de armas de fogo no Estado por ano
2015: 6288
2016: 5497
2017: 6969
2018: 7171
2019: 5479
2020: 6117
2021: 6080
2022: 4940 (até o mês de setembro)