O deputado federal André Janones (Avante) usou as redes sociais nesta sexta-feira, 12, para criticar a linguagem utilizada pela esquerda. Segundo o parlamentar, enquanto a ala ideológica não trocar termos como “renda mínima” por “dinheiro para o povo”, por exemplo, o bolsonarismo, movimento atribuído às ideias defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) continuará “nadando a braçadas”.
“Enquanto a esquerda não trocar “renda mínima” por “dinheiro pro povo”, “carta em defesa a democracia” ao invés de “carta em defesa do povo”, e “nossas diretriz de programa” por “nossas propostas para os brasileiros”, o Bolsonarismo continuará nadando de braçadas”, escreveu o mineiro.
A crítica de Janones chega logo após o resultado da Genial/Quaest mostrar queda da vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de 18 para nove pontos, sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL).
O parlamentar chegou a lançar pré-candidatura à Presidência, mas desistiu da disputa ao entrar em acordo com o Lula e aderir à campanha petista. Janones conseguiu popularidade na internet durante as paralisações de caminheiros registradas em 2018. Atualmente, o parlamentar é considerado um fenômeno nas redes sociais, com 7,9 milhões de seguidores no Facebook.
O deputado continuou o texto explicando que não “há problema em se viver em uma bolha”, mas isso pode ser tornar uma questão quando essa bolha é tomada como realidade factual.
“Não há nenhum problema em se viver em uma bolha, todos nós vivemos, até certa medida, em alguma. O problema acontece quando não percebemos isso, e tomamos a nossa realidade paralela, no caso a nossa bolha, como a realidade factual”, apontou.
Segundo o ex-presidenciável, a “arrogância de alguns setores da elite intelectual” não permite compreender que artistas populares como João Gomes, formam mais opinião do que Chico e Caetano Veloso, astros da MPB com grande apelo entre intelectuais de esquerda.
De acordo com o parlamentar, as eleições serão decididas em cidades pequenas, onde aplicativos de troca de mensagens como o WhatsApp funcionam como “jornal”, uma situação que, segundo ele, o bolsonarismo sabe aproveitar muito bem.
Por isso, ele defende que é preciso sair de espaços como a USP – em referência ao ato de leitura pela carta da democracia realizado ontem -, do Twitter e da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e ir aos grupos de WhatsApp, feiras e comunidades ou “já era”, na disputa ideológica contra o bolsonarimo.
“A arrogância de alguns setores da elite intelectual não lhes permite compreender que João Gomes com o seu “piseiro” forma mais opinião hoje do que Chico e Caetano com sua genialidade”, disse.
“Essas eleições serão decididas nas cidades interioranas, cidade de 2, 3, 20 mil habitantes, totalmente fora do radar da esquerda, mas onde o Bolsonarismo tem livre acesso. Por lá, o Face é o WhatsApp por exemplo, nao é uma rede, mas sim um “jornal”. O que sai por lá, vira verdade absoluta, instantaneamente. E o Bolsonarismo sabe bem disso”, acrescentou o ex-presidenciável.
Segundo o parlamentar, que atribuiu o crescimento de Bolsonaro ao Auxílio Emergêncial de R$ 600, “ou a esquerda senta no chão da fábrica pra conversar com os operários ou já era. Detalhe: o chão da fábrica atualmente, são as redes sociais, em especial o Face”, acrescenta em outra publicação.
Pesquisa de hoje aqui em MG: diferença entre Lula e Bolsonaro cai de 18 pra 9, com apenas 2 dias de auxílio em R$600,00. Ou a esquerda senta no chão da fábrica pra conversar com os operários ou já era. Detalhe:o chão da fábrica atualmente, são as redes sociais, em especial o Face
— André Janones (@AndreJanonesAdv) August 12, 2022