Dois tradicionais clubes de Fortaleza, o Clube do Médico e o Clube de Engenharia do Ceará (CEC), ambos localizados na região da Praia do Futuro, ganharão novos espaços, em empreendimentos requalificados. O primeiro, que existe desde 1974, passará por uma reforma que cogita modernizar sua estrutura para evitar a perda total do imóvel, por débitos de IPTU. Já o CEC, a entidade mais antiga do Ceará – desde 1934 – também em débito tributário, foi vendido pelo valor de R$ 10,4 milhões à Tenda Negócios Imobiliários.
CLUBE DO MÉDICO
O novo espaço da instituição, atualmente presidida pelo Dr. Esmaragdo Silva e Neiva, ganhará piscinas, salão de jogos, campo de futebol society, restaurante e um grande salão multifuncional, com capacidade para até 800 pessoas. O local será usado para realização de festas, jornadas e congressos. Parte do terreno do clube foi vendido para a quitação do débito de IPTU e para custeio da construção de dois novos empreendimentos, sendo o primeiro um conjunto de restaurantes frente a praia e o outro um edifício residencial. A expectativa é de que a nova sede do clube seja inaugurada no segundo semestre de 2024.
Para Flávio Vidal, arquiteto e criador do novo projeto arquitetônico do clube, a forma de interação social com esses espaços resultou na reforma. “Em Fortaleza, os clubes sociais passaram por profundas transformações, devido aos novos hábitos. No segundo semestre de 2024, vamos surpreender a todos com esse novo equipamento cultural e de lazer”, destacou.
“Além disso, o projeto vai alavancar novas oportunidades de trabalhos, criando um fluxo turístico regional”, completou.
Além da quitação de dívidas, a obra busca, ainda, modernizar a infraestrutura da sede. A tecnologia construtiva à época da construção do clube não foi suficiente para evitar os desgastes decorrentes das intempéries da orla marítima da cidade. As decisões de comercialização das áreas menos utilizadas e a reforma do clube, foram acordadas após inúmeros debates, reuniões e votações entre os associados.
CLUBE DE ENGENHARIA DO CEARÁ
Já o CEC, presidido por Luiz Ary Romcy, contará com uma reforma que vai além da reestruturação do espaço físico. Segundo o vice-presidente Cláudio Vidal, será realizada também uma melhoria na estrutura de capacitação, com cursos, palestras e workshops, “buscando se aproximar com o que tem de mais moderno no mercado”. O novo espaço do CEC e o prazo para a construção ainda não foram anunciados.
O presidente do clube fez questão, ainda, de destacar que “no processo de venda existiu uma preocupação de que o espaço fosse aproveitado com um empreendimento que buscasse revitalizar e valorizar o entorno”. “Foi exatamente o que a Tenda trouxe com a construção de 720 apartamentos divididos em 4 torres. Proporcionando com isso também um aumento na arrecadação municipal, gerando mais receitas”, afirmou.
A venda do espaço, com pagamento previsto em 24 vezes para buscar o equilíbrio financeiro do clube e sanar os débitos, foi realizada por decisão em Assembleia Geral Extraordinária. A receita gerada com a negociação está sendo direcionada para uma nova reestruturação da entidade. “Será feito um planejamento estratégico visando as melhores práticas de gestão e governança para garantir um crescimento autossustentável do Clube”, afirma o presidente, que continuou: “O Clube vai iniciar um novo momento a partir de agora, uma fase de reestruturação em todos os aspectos”.
Durante 63 anos o local, com 13 mil metros quadrados, foi palco de várias atividades associativas profissionais, que envolviam eventos técnicos e culturais, em especial, cursos, palestras e capacitações. A entidade visa incentivar a prática cultural, como lembra o presidente Luiz Ary com saudosismo, ao falar sobre a realização da famosa “Festa do Milho”, que chegou até a sua 33ª edição.