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25 de abril de 2025

Após óbito por raiva humana no Estado, Fortaleza amplia vacinação contra a doença

Ampliação passa de 60 postos para todas as unidades básicas; no Município, último registro de notificação em humanos ocorreu há 19 anos
Foto: Cristine Rochol/PMPA

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Para facilitar o acesso da população à vacina antirrábica humana, a Prefeitura de Fortaleza, por intermédio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), ampliou o número de unidades de saúde que realizam a aplicação. Agora, todos os postos de saúde administrarão as doses, nas salas de vacinas, em indivíduos que passarem por algum incidente com animal suspeito. A ampliação passa de 60 postos para todas as unidades básicas na capital cearense.

A medida acontece após a morte de uma pessoa na cidade de Cariús, no interior do Ceará, por raiva humano. O Estado não registrava óbitos pela doença há 7 anos. A informação foi divulgada na última sexta-feira, 5, pela Secretaria da Saúde (Sesa).

Segundo a SMS, a vacina pode ser aplicada preventivamente, principalmente, em profissionais que desenvolvem atividades mais propensas a agressões por animais, como os médicos veterinários, funcionários de pet shops, agentes de endemias, carteiros. Após o incidente (geralmente ataque), quando a pessoa é exposta ao vírus, o imunizante também é administrado.

A raiva é transmitida por meio de mordidas, arranhões ou lambedura de animais infectados pelo vírus da doença. Segundo a coordenadora de Imunização de Fortaleza, Vanessa Soldatelli, a medida foi adotada por conta do aumento do estoque da vacina na Capital.

“Passamos por um período de desabastecimento, recebendo o quantitativo abaixo do previsto. Agora, com mais doses, foi possível ampliar e descentralizar o atendimento, para melhor atender a população das proximidades, visando minimizar os deslocamentos e as subnotificações”, explica.

Fortaleza é considerada uma área de raiva (canina e felina) controlada, sem circulação viral. O último registro de notificação em humanos, de acordo com os registros da SMS, ocorreu há 19 anos.

ATENDIMENTO

Pessoas agredidas por animais devem se dirigir a um dos postos de saúde para atendimento imediato. Nas unidades, os profissionais acolhem cada caso e realizam as condutas necessárias, de acordo com o protocolo e o esquema profilático para a prevenção da raiva humana, visando notificar e acompanhar todos os casos até o prazo final para acompanhamento.

Neste ano (até 8 de maio), 7.876 doses da vacina antirrábica humana foram aplicadas nas unidades de saúde da Capital. Em 2022, foram 24.371 aplicações. O tratamento na pré-exposição contempla duas doses da vacina e tem durabilidade de proteção por um ano. O tratamento na pós-exposição varia de acordo com o tipo e local da agressão, da condição do animal agressor, podendo ser somente com a administração da vacina antirrábica humana e/ou vacina e soro juntos.

A DOENÇA

As doenças transmitidas de animais para pessoas são consideradas zoonoses. No caso da raiva humana, se trata de uma doença viral aguda, progressiva e mortal, de notificação compulsória, individual e imediata aos serviços de vigilância sanitária. A raiva é causada por um vírus transmitido por mamíferos, através da saliva de animais infectados. Geralmente, ocorre por meio da mordida dos animais, mas também pode acontecer em caso de arranhões ou até lambidas.

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