O Partido dos Trabalhadores (PT) lançou, no fim da tarde desta terça-feira, 19, uma nota na qual critica a condução do PDT na escolha do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), como postulante ao Governo do Estado pelo partido nas eleições de outubro próximo. O PT defendia o nome da então governadora Izolda Cela (PDT) como cabeça de chapa. Roberto Cláudio foi escolhido nesta segunda-feira, 18, em votação na sede do partido, em Fortaleza, na qual ganhou com quase o dobro de votos.
No texto, o PT afirma que a escolha representou um “rompimento tácito e unilateral da aliança até então estabelecida” entre os partidos. “Prevaleceu a arrogância, o capricho e a expressão de mando que subjugou os interesses dos cearenses à obsessão de poder de um só”, frisa.
Em nota, o Partido dos Trabalhadores defendeu, ainda, uma candidatura capaz de “unir base de sustentação do governo Camilo/Izolda”. Segundo aliados, o nome que disputará as eleições pelo bloco deve ser homologado no próximo sábado, 23.
“Arraigado nesse sentimento de responsabilidade com o nosso povo, o PT defendeu e continua defendendo uma ampla aliança para as eleições de 2022 no estado, a partir de uma candidatura ao governo capaz de unir toda a base de sustentação do governo Camilo/Izolda, reconhecendo inclusive a primazia do PDT na escolha do nome, reivindicando, apenas e tão-somente, um amplo diálogo com os partidos aliados no processo de definição da candidatura“, pontua.
No texto, a sigla ainda critica a forma como PDT conduziu o processo de escolha do candidato. “O PDT se fechou em copas. Tratou todas as tentativas de diálogo prévio à sua escolha como intromissão indevida. Ignorou inclusive as manifestações públicas de preferência de partidos aliados, lideranças, inclusive do ex-governador Camilo Santana pelo nome de sua filiada e atual governadora Izolda Cela, que, no cargo, manifestou publicamente seu interesse e sua legítima pretensão de postular sua reeleição.”
“A prerrogativa antes reconhecida a quem, no cargo, postulou a reeleição, foi solenemente negada pelo PDT à governadora Izolda, num triste espetáculo de constrangimento público da primeira mulher a chegar ao governo do Estado […]. A negação do seu direito à reeleição, pelo seu partido, ficará registrada com uma triste página na história política do Ceará.”
Partido
Em nota posteior ao anúncio do PDT ao nome de Roberto Cláudio, o PT Ceará anunciou a reunião para discutir a “nova linha política” da legenda para o pleito. “Nesse processo de definição da sua posição, o PT intensificará o diálogo que já vem mantendo com os partidos que integram a Federação Brasil Esperança (PCdoB e PV), além do MDB, PP e outros com os quais tem conversado”, informou, em nota. As legendas citadas também assinaram manifesto em defesa do nome de Izolda, no início do mês, “em nome da união” e “do diálogo de todas as forças políticas”.
Na segunda-feira, 19, o vice-presidente nacional do PT, o deputado federal cearense José Guimarães, esteve reunido com Lula para tratar sobre as eleições. O mesmo fez o presidente estadual do MDB, Eunício Oliveira. Há indicativo para o lançamento de uma candidatura petista. A sigla encomendou, nos últimos meses, com o acirramento entre os dois pré-candidatos pedetistas, uma pesquisa eleitoral com os nomes de Guimarães, além dos deputados Luizianne Lins, José Airton e Fernando Santana.
O colunista do OPINIÃO CE, Roberto Moreira, já havia apurado que um dos nomes fortes é o da vereadora de Fortaleza, Larissa Gaspar. “Com a força do povo, junto com Lula e Camilo, venceremos o bolsonarismo lá e cá!”, disse, em uma postagem nas redes.
A reunião desta terça dá encaminhamento ao Encontro de Tática Eleitoral, que será realizado no sábado, 23, após adiamento. Na ocasião, ocorrerá votação e oficialização dos candidatos e alianças no projeto “Vamos juntos pelo Brasil e Ceará”.
Confira a nota, na íntegra:
“O compromisso do Partido dos Trabalhadores – PT com o Ceará e os cearenses, e com o Brasil, sempre norteou a nossa ação política e nossas decisões. Com base nessa premissa o PT envidou todos os seus esforços para que o projeto político-administrativo em curso no Ceará, comandado nos últimos sete anos e meio pelo ex-governador Camilo Santana e agora pela governadora Izolda Cela tivesse sua reafirmação política junto ao povo cearense com a defesa de suas conquistas e reconhecimento dos desafios para seu avanço e aprimoramento, sempre na perspectiva de melhorar cada vez mais a vida do nosso povo.
Arraigado nesse sentimento de responsabilidade com o nosso povo, o PT defendeu e continua defendendo uma ampla aliança para as eleições de 2022 no estado, a partir de uma candidatura ao governo capaz de unir toda a base de sustentação do governo Camilo/Izolda, reconhecendo inclusive a primazia do PDT na escolha do nome, reivindicando, apenas e tão-somente, um amplo diálogo com os partidos aliados no processo de definição da candidatura.
Infelizmente não foi o que se verificou. O PDT se fechou em copas. Tratou todas as tentativas de diálogo prévio à sua escolha como intromissão indevida. Ignorou inclusive as manifestações públicas de preferência de partidos aliados, lideranças, inclusive do ex-governador Camilo Santana pelo nome de sua filiada e atual governadora Izolda Cela, que, no cargo, manifestou publicamente seu interesse e sua legítima pretensão de postular sua reeleição.
A prerrogativa antes reconhecida a quem, no cargo, postulou a reeleição, foi solenemente negada pelo PDT à governadora Izolda, num triste espetáculo de constrangimento público da primeira mulher a chegar ao governo do Estado. A Izolda Cela nossa solidariedade e nosso reconhecimento do seu valor, da sua dignidade e de sua extraordinária contribuição ao Ceará em todas as funções públicas que brilhantemente desempenhou e desempenha.
A negação do seu direito à reeleição, pelo seu partido, ficará registrada com uma triste página na história política do Ceará.
A exclusão de Izolda representou igualmente a negativa do diálogo na busca de consenso e o pouco apreço à aliança, aos aliados e sobretudo, o desprezo às conquistas e melhorias alcançadas na vida dos cearenses por conta do seu trabalho, junto com Camilo nos anos recentes. Prevaleceu a arrogância, o capricho e a expressão de mando que subjugou os interesses dos cearenses à obsessão de poder de um só. Esse veto materializou ainda o rompimento tácito e unilateral da aliança até então estabelecida.
Nesse contexto, o PT, se solidariza com a Governadora Izolda, reitera o seu compromisso com os cearenses e com a democracia e com as pré candidaturas do ex Governador Camilo Santana para o Senado, de LULA para presidente e que continuará o diálogo com os demais partidos aliados.”
Fortaleza, 19 de julho de 2022.