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14 de janeiro de 2025

Apoio do PDT na Assembleia é essencial como base para Elmano de Freitas

Ainda não há definição se o partido no Ceará vai ser, na Assembleia Legislativa, aliado do governador eleito em outubro, Elmano de Freitas, em razão do racha entre PDT e PT
Foto: Beatriz Boblitz

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O PDT está rachado no Ceará, o que não é fato novo. Contudo, a indecisão sobre o alinhamento ou não da sigla com o próximo governo estadual poderá definir os rumos da governabilidade no próximo mandato. A sigla elegeu 13 nomes para a Assembleia Legislativa do Ceará (ALCE), a maior bancada.

Com os oito do PT, três do MDB e um do PCdoB, seria mais da metade dos 46 assentos na Casa tecnicamente inclinados a votar a favor das propostas do Executivo estadual. Todavia, sem o PDT, o futuro governador petista teria, além dos mandatos do próprio partido, os da aliança: PCdoB e MDB.

O PSOL, representado por Renato Roseno, integra o grupo, mas foi oposição de esquerda ao atual governo, o que poderá ser mantido. Lucinildo Frota, eleito pelo PMN, declarou voto em Lula (PT) para a presidência no segundo turno e demonstrou proximidade com Camilo Santana (senador eleito pelo PT), indicativo de participação na base governista.

Evandro Leitão (PDT), atual presidente da ALCE, que deve assegurar segundo biênio na liderança do Legislativo estadual, é muito próximo de Camilo e Elmano de Freitas, governador eleito, tendo feito campanha ao lado dos dois para sua própria reeleição.

Já Antonio Henrique, que chega a Casa agora após passar pela Presidência da Câmara Municipal de Fortaleza (CMFOR), é aliado do grupo mais próximo de Roberto Cláudio, ex-prefeito de Fortaleza que ainda não fez qualquer manifestação pública sobre o posicionamento no segundo turno ou de proximidade com o partido da antiga aliança.

Na candidatura ao governo, RC trouxe o PSD consigo. Assim, se decidir por fortalecer a base, poderá haver diálogo para que os três parlamentares liderados por Domingos Filho, se reúnam em torno do novo governo. Também caminharam com o ex-prefeito o PSDB e o Cidadania, cada qual com um vaga garantida na Alece para o próximo ano.

Todavia, a tucana Emília Pessoa tem maior proximidade com o grupo integrado pelo primo e também político Roberto Pessoa, prefeito de Maracanaú e de oposição ao governo. Já Luana Ribeiro, do Cidadania, puxou votos para Lula. As siglas estão em conversa para iniciar fusão e estiveram federadas nas eleições deste ano.

Na oposição, já estão os quatro do PL, o mesmo número do União Brasil, três do Progressistas, dois do Republicanos, e um nome do Avante. As quatro legendas estiveram ao lado de Capitão Wagner (União Brasil) na corrida pelo Palácio da Abolição.

EM NÚMEROS

Com PDT, Elmano terá, no mínimo, 26 (13 do PDT, 3 do MDB, 1 do PMN, 1 do PCdoB e 8 do PT) parlamentares na base. Sem os pedetistas, o novo governo iniciaria em desvantagem na casa legislativa. Contudo, haveria maior equilíbrio entre centro, oposição e base: 18 (PDT, Cidadania, PSDB e PSD); 14 (União, PP, PL, Republicanos e Avante); e 13 (PT, PCdoB, PMN, MDB).

Na última sexta-feira, 11, Carlos Lupi, presidente do PDT nacional, veio ao Ceará para iniciar as conversas internas no partido. Ele anunciou a formação de uma comissão formada por RC, o senador Cid Gomes, André Figueiredo e o prefeito José Sarto, destinada a sanar a questão. Não foram mencionados por ele nenhum dos parlamentares da ALCE.

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