A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, na noite desta quinta-feira, 25, a liberação para uso da vacina Jynneos/Imvanex contra a varíola dos macacos (Monkeypox) e do medicamento tecovirimat para o tratamento da doença. A dispensa temporária se aplica apenas ao Ministério da Saúde, com validade de seis meses, desde que não seja expressamente revogada pela Anvisa. Neste mês, o ministro Marcelo Queiroga afirmou que o Brasil iria receber o antiviral tecovirimat para combater o surto no país.
Para conceder as aprovações, a Agência Nacional informou ter analisado dados da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e da Agência Americana (FDA). As informações são do G1.
A vacina Jynneos/Imvanex é fabricado na Dinamarca e Alemanha e destinada a adultos com idade igual ou superior a 18 anos. Ela possui prazo de validade de até 60 meses quando conservada entre -60 a -40°C. Já medicamento tecovirimat poderá ser usado de forma oral com concentração de 200 mg, na forma farmacêutica cápsula dura, com prazo de validade de 84 meses. Ele é indicado para o tratamento de doenças causadas por Ortopoxvírus em adultos, adolescentes e crianças com peso mínimo de 13 kg.
Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), a vacina contra a varíola dos macacos já está aprovado nos Estados Unidos, Canadá e União Europeia.
Ceará
Segundo dados da Plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde (Sesa) do Estado, consultados pelo OPINIÃO CE na manhã desta sexta-feira, 26, o Ceará tem 47 casos confirmados da doença. O número representa um aumento de cerca de 62% em relação ao total de casos no início da semana – 29. Entre esta quarta-feira, 24, e a manhã desta sexta-feira, houve aumento de três casos no Ceará, segundo a plataforma.
Ainda conforme o IntegraSUS, o Ceará tem 20 casos “prováveis” e 208 “suspeitos”. Das 496 notificações até o momento, 221 foram descartadas. Dos casos confirmados, 82% ficam localizados em Fortaleza (37). Os demais estão em Maracanaú (2), Caucaia (1), Jijoca de Jericoacoara (1), Pacajus (1), Russas (1) e Sobral (1). Três outros casos são originários de “outros estados”.
- Caso suspeito: quando o indivíduo apresenta lesões na pele sugestivas à doença e/ou proctite e/ou inchaço peniano;
- Caso provável: é um caso suspeito em que não há exame laboratorial ou com resultado inconclusivo, mas que não pode ser descartado em função dos sintomas ou de exposição do paciente à doença.
Segundo o painel da Sesa, todos os 47 pacientes são homens. Destes, 36 apresentam erupções de pele, que é o sintoma mais característico da doença. Outros sintomas mais comuns são febre, adenomegalia ( crescimento de um ou mais linfonodos) e lesão na região genital, além de dor de cabeça. A faixa etária com mais casos confirmados é de 30 a 39 anos, com 22 confirmações; seguida por pessoas de 20 a 29 anos (15 casos), 40 a 49 anos (8 casos) e 10 a 19 anos (2 casos).
Plano de Controle
Neste mês, a Sesa apresentou um plano de controle da doença no Ceará e anunciou a criação de um Comitê de Operações Especiais (COE) da Monkeypox, que se reunirá semanalmente para discutir ações e estratégias de prevenção e controle da varíola dos macacos.
Também começou a ser disponibilizado, na última sexta-feira, 19, no IntegraSUS, um painel com o cenário da doença – semelhante ao que acontece com a covid-19. A secretária afirmou, ainda, na oportunidade, que não há previsão para chegada da vacina contra a doença, mas que estão monitorando a situação junto ao Ministério da Saúde. “Nós estamos aguardando, não temos prazo ainda, mas aguardamos com muita ansiedade a chegada dessa vacina”, disse Sarah.