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16 de fevereiro de 2025

Ana Cañas canta Belchior em Fortaleza neste sábado

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Projeto nasceu a partir de live feita durante a pandemia. O que era para ser um evento único, acabou se tornando um dos maiores mergulhos artísticos da carreira da artista

Giovana Brito
Especial para OPINIÃO CE
giovana.brito@opiniaoce.com.br

Foto: Divulgação

No seu sexto álbum de estúdio, Ana Cañas Canta Belchior, a cantora e compositora Ana Cañas traz com sutileza as obras do mestre da música sobralense. Ana chega a Fortaleza para show neste sábado, 12, na barraca Santa Praia e fará o tributo na terra natal do artista. A linha intensa da cantora foi substituída por um tom leve, melodias que acariciam o ouvinte com o polimento dado pela artista paulistana na habitual impetuosidade vocal.

A ideia do projeto surgiu durante uma live feita na pandemia. A inspiração foi tanta que Ana idealizou o projeto e mergulhou em uma das maiores obras da carreira da artista. O público recebeu bem a interpretação da cantora, que fez um mergulho profundo também na obra do compositor cearense e agora volta ao Ceará, quatro anos depois do último show, em 2028.

“Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro” trecho da música ‘Sujeito de Sorte’ de Belchior, ganhou outro significado entre o público de muitas faixas etárias depois de dois anos de pandemia de covid-19, a ideia inicial visava levantar doações.

A música faz parte do repertório de Ana, que também precisou se reinventar para atravessar o período de pandemia, como artista brasileira, pois a adaptação fez parte da rotina de muitos cantores que estiveram durante dois anos longe dos palcos. A produção do álbum teve parceria de Fabá Jimenez e está disponível em todas as plataformas de streaming e como álbum visual no Youtube.

Ana Cañas saiu da casa dos pais cedo, morando em um pensionato, restando apenas um quartinho sem janelas e contava com a companhia dos ratos que andavam no forro do teto. Compartilhou pão e panelas de arroz com limão. Após a ligação de um amigo perguntando se a jovem sabia cantar, Ana disse que sim e precisou aprender o repertório de Ella Fitzgerald e da Billie Holiday. Assim passou anos cantando em bares do Bixiga, do centro da cidade ou na Vila Madalena. Depois de cantar no Baretto, um bar frequentado pela elite mas também por Caetano Veloso e Chico Buarque, conheceu um pianista de 70 anos que mudou sua vida.

Depois disso, o sucesso bateu à porta, com o lançamento do álbum “Amor e Caos” pela gravadora Sony Music, que traz as primeiras composições autorais de Ana e uma versão para a canção “Coração Vagabundo”, de Caetano Veloso, que integrou a trilha sonora da novela Beleza Pura, da Rede Globo.

A artista também fez sua primeira capa de jornal e a primeira viagem de avião. Em 2009, lança o segundo disco de estúdio, intitulado “Hein?” (Sony Music), que contém parcerias com Arnaldo Antunes e a participação de Gilberto Gil no violão. Em 2012, Ana retorna ao estúdio e lança o disco “Volta” (o primeiro pela gravadora Som Livre).

Em 2018, Ana Cañas lança seu quinto álbum de estúdio, “Todxs”. Empoderado, feminista, com beats eletrônicos pesados e grooves sensuais, o álbum tem forte cunho político. Indicado ao Grammy Latino 2019 como Melhor Álbum de Pop Contemporâneo.

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