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16 de fevereiro de 2025

Americanas pede recuperação judicial em caráter de urgência

Segundo a empresa, “será apresentado um plano de recuperação em 60 dias, que é o prazo determinado pela lei”
Foto: Beatriz Boblitz

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As Lojas Americanas entraram nesta última quinta-feira, 19, com um pedido de recuperação judicial, afirmando ter uma dívida de R$ 43 bilhões. O pedido foi feito junto ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). A marca diz ter uma lista com 16.300 credores, que será apresentada em 48 horas à Justiça.

Segundo a empresa, “será apresentado um plano de recuperação em 60 dias, que é o prazo determinado pela lei.” Além disso, a companhia pediu autorização para capitalizar a AME, um dos maiores vetores de renda da varejista. A Americanas ainda havia sinalizado mais cedo que tinha intenção de entrar com o pedido de recuperação “em horas ou dias”, por conta do rombo no caixa, reduzido a R$ 800 milhões.

RETROSPECTIVA
No início da noite do último dia 11 de janeiro, o mercado financeiro nacional foi surpreendido com a informação de que a Americanas, uma das maiores empresas do comércio varejista brasileiro, divulgou um Fato Relevante, anunciando ter descoberto um rombo de R$ 20 bilhões em suas contas.

O comunicado, assinado pelo ex-presidente executivo da empresa, Sérgio Rial, afirma que foram detectadas “inconsistências contábeis” ligadas a contas de fornecedores. Rial havia assumido a Presidência da empresa no dia 2 de janeiro e renunciou ao cargo no dia 11 do mesmo mês. Após a descoberta do rombo, a Americanas pediu e conseguiu, na Justiça, proteção contra credores que queiram antecipar o pagamento de dívidas. O juiz Paulo Assed, da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, concedeu uma tutela cautelar para suspender vencimentos antecipados e efeitos de inadimplência da companhia.

Na decisão do TJRJ, – que foi 30 dias corridos para a Americanas entrar com pedido de recuperação judicial – consta que “essas inconsistências, na avaliação das Requerentes, exigirão reajustes nos lançamentos da Companhia. Isso poderá impactar nos resultados finais divulgados nos respectivos exercícios anteriores, com alteração do grau de endividamento da empresa e/ou volume de capital de giro, implicando, por via reflexa, no descumprimento de ‘covenants financeiros’ previstos em contratos, inclusive estrangeiros, acarretando o vencimento antecipado e imediato de dívidas em montante aproximado de R$ 40 bilhões”

O pedido das Americanas se deu pois as inconsistências contábeis da ordem de R$ 20 bilhões comunicadas pela empresa podem levar ao vencimento antecipado de R$ 40 bilhões em dívidas, segundo alegação da varejista ao TJRJ.

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