O candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) participa de agenda de campanha no Ceará nesta sexta-feira, 30. A assessoria do candidato Roberto Cláudio (PDT), que disputa o Governo, confirmou que o presidenciável fará campanha ao lado do ex-prefeito em Sobral, município considerado berço político dos irmãos Ferreira Gomes: Cid (senador), Ivo (prefeito), Ciro e Lia (candidata a deputada estadual). Faltando dois dias para o primeiro turno das eleições, Ciro encontrará um cenário diferente do observado nas últimas eleições, em 2018.
Historicamente, o candidato tem vantagem no Estado. Em 2018, quando Bolsonaro foi eleito, o pedetista tirou 40,95% dos votos no primeiro turno, no Ceará. Haddad ficou com 33,12% e Bolsonaro, 21,74%. Quando foi candidato à Presidência pela primeira vez, em 1998, o pedetista também foi o mais votado no Estado, com 27,55% dos votos, contra 26,43% de Lula. Em 2002, a situação se repetiu. Ciro atingiu 44,53% da preferência do eleitorado local, enquanto o ex-presidente Lula teve 39,39% dos votos.
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Neste ano, havia a expectativa de PDT e PT dividerem palanque para Ciro e Lula, respectivamente, assim como aconteceu nas eleições de 2018. Camilo Santana, candidato ao Senado Federal, saiu com boa avaliação do governo e lidera a preferência do eleitorado. Com o rompimento da aliança que já durava 16 anos, após escolha do PDT por Roberto Cláudio em detrimento da governadora Izolda Cela (sem partido), as duas siglas seguiram caminhos distintos também em nível estadual.
Na última rodada da pesquisa Ipec no Ceará para a disputa pela Presidência, divulgada em 22 de setembro, o ex-presidente Lula aparece com 63% das intenções de voto. Na sequência está Bolsonaro, com 18%. Já Ciro Gomes fica em terceiro, com 10%. Em nível nacional, Ciro também vem aparecendo atrás de Lula e Bolsonaro na disputa.
Passagem pelo Ceará
Em sua última passagem pelo Ceará, ainda em agosto, Ciro se mostrou descontente com os rumos tomados por ex-aliados. Ao lado de Roberto Cláudio, o pedetista falou em “ambição” e “traição”. “Eu ando pelo mundo tentando levantar o Brasil. Nós não aguentamos mais tanta miséria, tanta pobreza, tanta crise política, tanta corrupção ao longo dos últimos 20 anos. Mas se eu ando pelo mundo, meu coração bate aqui, no Ceará. Eu já tô aí com muitos anos de luta, mas a minha tarefa não é desertar do Ceará e nem deixar que a ambição e a traição sejam os valores que vamos ensinar a nossa jovem juventude“, frisou o candidato.
Em caminhada no tradicional Mercado Central, em Fortaleza, o candidato reforçou sua preferência por RC. “O Ceará não pode se cristalizar. Temos um povo trabalhador, competente, mas que vive hoje um terror nas periferias da cidade do Brasil e de Fortaleza que exige um governador de pulso forte, que é o Roberto Cláudio.”
Recentemente, o pedetista também afirmou os motivos de não ter reforçado palanque no Estado. “Dei minha vida ao povo cearense e algumas lideranças, todas que ajudei a formar, se reuniram e meteram a faca nas minhas costas“, disse, em entrevista ao Flow Podcast, na última segunda-feira, 26. A declaração gerou repercussão, inclusive, entre a família. O prefeitura de Sobral, Ivo Gomes (PDT), chegou a atacar suposta falta de apoio de correligionários e partidos aliados à candidatura do pedetista à Presidência.
Ciro deve chegar ao aeroporto de Sobral por volta das 17h e fará uma carreata pela cidade.
Lula no Ceará
Também nesta sexta-feira, o ex-presidente Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto, fará campanha em Fortaleza ao lado de Elmano de Freitas, candidato ao Governo do Ceará, e do ex-governador Camilo Santana, que disputa o Senado pelo partido. O encontro entre os três está marcado para às 15h. Conforme confirmado pelo OPINIÃO CE junto à campanha petista no Ceará, a caminhada está prevista para sair da Praça da Bandeira e ir até a Praça do Ferreira, no Centro da Capital cearense.
Antigos aliados, Lula e Ciro se tornaram adversários declarados desde a campanha de 2018. O pedetista passou a fazer ataques contra o ex-presidente, que têm sido aprofundados na atual campanha. Em diversas ocasiões, Ciro responsabilizou os governos petistas pela eleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). Gomes também investiu em uma campanha contra o voto “útil” em Lula, alegando que tentar vencer em primeiro turno é coisa de “autoritários” e “covardes”.