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26 de abril de 2025

AL-CE terá maior bancada feminina de sua história, com 9 representantes

Ainda assim, do total das 46 cadeiras da Assembleia Legislativa do Ceará. No geral, serão oito estreantes e apenas uma parlamentar reeleita - Dr.Silvana
Foto: Máximo Moura/AL-CE

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A Assembleia Legislativa do Ceará contará, a partir de 2023, com a maior bancada feminina de sua história. A representatividade feminina na Casa conquistou um crescimento importante com a eleição de nove mulheres nas eleições de 2022, realizadas no último domingo, 2. O número aponta para um aumento de 80% quando comparado com a atual legislatura, que conta com cinco parlamentares. Ainda assim, do total das 46 cadeiras da AL-CE, as mulheres ocuparão somente 19,5%.

A partir de fevereiro de 2023, a bancada feminina conta ainda com uma ampla renovação, uma vez que somente a atual deputada Dra. Silvana (PL) buscou a reeleição. Assim, a Casa terá, além da deputada, oito estreantes no Legislativo estadual:

  • Marta Gonçalves (PL);
  • Gabriella Aguiar (PSD);
  • Lia Gomes (PDT);
  • Luana Ribeiro (Cidadania);
  • Jô Farias (PT);
  • Juliana Lucena (PT);
  • Larissa Gaspar (PT); e
  • Emilia Pessoa (PSDB).

Atualmente, as deputadas estaduais são:

  • Dra. Silvana (PL);
  • Érika Amorim (PSD);
  • Augusta Brito (PT); e
  • Fernanda Pessoa (União Brasil).

Participação efetiva

A titular da Procuradoria Especial da Mulher da AL-CE, deputada Augusta Brito (PT), destaca o aumento da representatividade feminina na Casa e a importância de as mulheres ocuparem os diversos espaços e incentivarem outras. A parlamentar é a primeira suplente de Camilo Santana (PT), eleito ao Senado neste pleito. Augusta Brito lembra que, em seu primeiro mandato, iniciado em 2015, eram sete mulheres na AL; no segundo, o número caiu para cinco.

“Acho que é um novo momento. Tenho certeza que essas mulheres que foram eleitas não vão ficar felizes somente com a eleição, elas querem participar“, afirma, indicando a presença nas comissões, por exemplo, e nos diversos espaços.

Augusta Brito comenta a relevância de diferentes perfis das eleitas para a construção da democracia a partir de pensamentos diferentes e de ampla representatividade. “Acredito muito nessa nova roupagem que vem para a Assembleia Legislativa e que possam representar todos e todas do Ceará”, disse, em pronunciamento realizado na sessão plenária desta quarta-feira, 5.

A deputada Érika Amorim (PSD), que concorreu ao Senado no pleito, também comentou sobre as candidaturas femininas durante a sessão. Ela ressaltou que o número de candidaturas femininas no Ceará foi o maior desde 1998, o que “comprova a necessidade e importância de leis que garantam e incentivem a participação feminina na política”.

Bancada federal

O aumento da participação feminina nas bancadas do Legislativo também aconteceu na Câmara dos Deputados, que, a partir de 2023, terá 91 deputadas federais. O número representa um aumento de 18% com relação à bancada atual, composta por 77 deputadas eleitas em 2018. A deputada estadual Fernanda Pessoa (União Brasil) elogia a oportunidade de mais mulheres estarem no Parlamento, apontando que, apesar de serem maioria na população, ainda há uma representatividade pequena.

A parlamentar foi eleita para a Câmara dos Deputados com 121.469 votos, compondo a bancada feminina cearense com a deputada federal reeleita Luizianne Lins (PT) e a estreante Dayany do Capitão (União Brasil). “Conseguimos eleger três deputadas federais para representar o nosso Estado. As mulheres vão ter uma voz mais firme, mais determinada na Câmara Federal”, afirma.

Perfis

Paula Vieira, pesquisadora do Laboratório de Estudos sobre Política, Eleições e Mídia (Lepem) da Universidade Federal do Ceará (UFC) e professora da Unichristus, avalia que, apesar de ter havido crescimento, o aumento não é significativo diante dos esforços da reforma eleitoral de 2021. A pesquisadora aponta que a reforma buscava “garantir que os partidos tivessem algum incentivo para investir nas campanhas de mulheres, tanto em termo de financiamento de campanha como também em termos de capital político, ou seja, de dar visibilidade a essas candidaturas”.

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