Um grupo de deputados estaduais do Ceará aprovaram, em sessão plenária nesta quarta-feira (23), para enviar um manifesto à embaixada do Catar repudiando a condenação de uma mexicana de 27 anos a 100 chicotadas e sete anos de prisão após denunciar um abuso sexual. O requerimento foi apresentado pela deputada Dra. Silvana (PL) e recebeu apoio de parlamentares na tribuna.
“Que parta dessa Casa legislativa um manifesto contra esse absurdo. A gente está pedindo um recuo”, afirmou a parlamentar, cobrando, também, um posicionamento do governo brasileiro quanto ao ocorrido e propondo um boicote à Copa do Mundo deste ano, que acontece no Catar, caso não haja recuo na decisão.
Os deputados Renato Roseno, Soldado Noelio, Delegado Cavalcante e Augusta Brito demonstraram apoio ao requerimento, em extra-pauta. “Nada justifica a violação de direitos humanos”, afirmou Roseno, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Casa. Os deputados Elmano de Freitas e Júlio César Filho pediram para subscrever o requerimento.
Caso
Paola Schietekat, uma mexicana que trabalhava no Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2022 após denunciar um abuso sexual no país que será sede da competição. Conforme o noticiado, Paola teria conhecido o agressor, um colombiano, durante o trabalho nos preparativos para a Copa do Mundo. Após procurar a polícia, a mulher foi chamada novamente à delegacia onde foi colocada cara a cara com o agressor e ele argumentou que já existia um relacionamento amoroso. Pela lei vigente no país, ter um relacionamento extraconjugal é crime com pena de até sete anos de prisão e, em algumas situações, 100 chicotadas. Paola chegou a ser interrogada em árabe e ser cobrada por um comprovante de virgindade.