Nove estados, aponta levantamento da MB Associação, tendem a ficar abaixo do PIB nacional no acumulado do período. Alagoas, Acre e Bahia estão na mesma situação do Ceará

Com o avanço dos preços das commodities, parte dos estados mais atrelados ao agronegócio deve registrar crescimento maior do Produto Interno Bruto (PIB) ao longo da pandemia, indicam projeções da MB Associados.Nove estados, aponta o levantamento, tendem a ficar abaixo do PIB nacional no acumulado de 2020 a 2022.
Desses nove, quatro devem apresentar recuo no indicador, sinaliza a consultoria: Alagoas (-1,4%), Acre (-0,9%), Ceará (-0,7%) e Bahia (-0,2%). De acordo com as previsões, três unidades da federação devem repetir o leve avanço de 0,5% do indicador brasileiro: Roraima, Piauí e Paraíba. Ainda segundo a consultoria, Mato Grosso do Sul (4,9%), Tocantins (4,7%) e Goiás (4,5%) tendem a apresentar as altas mais intensas do PIB no acumulado de 2020 a 2022, na comparação com 2019, o ano anterior à crise sanitária.
“A gente viu um impacto importante da valorização das commodities na pandemia. É natural que isso puxe para cima as projeções em estados como esses”, avalia Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados. Em seguida aos três últimos citados, aparecem Pará e Espírito Santo, com estimativas de crescimento de 4% e 3,9%, respectivamente, no acumulado de 2020 a 2022. “O Pará tem o impacto da atividade extrativa”, aponta Vale.
“O Espírito Santo conta com uma base forte de celulose. Também há o efeito da valorização das commodities”, completa. Os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o PIB dos estados são referentes a 2019. A MB busca estimar o desempenho com a pandemia em curso nos anos seguintes.
No caso do PIB nacional, os resultados já conhecidos vão até 2021. Conforme o IBGE, o indicador despencou 3,9% no país em 2020. Após a queda no ano inicial da pandemia, houve alta de 4,6% em 2021. Em 2022, a MB projeta variação nula, de 0%.
Assim, pelos cálculos da consultoria, o indicador deve acumular um leve avanço de 0,5% entre 2020 e 2022, frente a 2019. “Crescer 0,5% em três anos é quase nada. O cenário de 2022 é de uma economia ainda fraca no país. Isso vai impedir que os estados também tenham uma recuperação mais vigorosa”, afirma Vale.
No acumulado de 2020 a 2022, 15 unidades da Federação -14 estados e o Distrito Federal – devem registrar variação superior à do PIB brasileiro, segundo a MB. Em São Paulo, maior economia estadual, o crescimento estimado no período é de 1,3%. (Folhapress)