A Agência de Fomento do Ceará, entidade que vai ser implantada no Estado com o principal objetivo de auxiliar em programas de crédito, vai integrar o Programa de Microcrédito Produtivo (CearáCredi), iniciativa coordenada atualmente pela Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece). A informação foi confirmada ao OPINIÃO CE pelo suplente de deputado estadual, Audic Mota (MDB), convidado pelo governador Elmano de Freitas (PT) a comandar a Agência.
“A Agência já nasce com o CearáCredi integrando as suas atividades. Essa era uma das necessidades. Então, o CearáCredi, que hoje é tocado pela Adede, será transferido, em função da lei da determinação do Banco Central, para a Agência de Fomento”.
Ainda de acordo com Audic, a entidade deve entrar em operação em até 120 dias. “A Secretaria do Trabalho está fazendo o procedimento interno para que a Agência possa ser submetida ao Banco Central. A Casa Civil informou há uma semana que deve estar soltando a convocação da Assembleia Geral para eleição do Conselho de Administração da Agência”, destacou. Conforme o então deputado em exercício, ele está auxiliando na montagem da Agência.
“O mais importante de tudo é ver um instrumento importante como esse funcionar”. Como destacou, o Estado será “uma das últimas” Unidades Federativas (UFs) a ter uma agência de fomento. Ele ressaltou UFs como Bahia, Paraná, Rio Grande do Norte, Piauí e São Paulo.
“Temos estados já com agência há 20 anos ou 15 anos. Isso, efetivamente, tem sido um grande diferencial na promoção ao crédito, do microempreendedorismo e do financiamento de políticas públicas. (…) São mega agências que ao longo do tempo se tornaram uma coluna muito forte de apoio às políticas públicas de cada estado”, acrescentou.
O emedebista finalizou, afirmando que a expectativa é de que não apenas o povo tenha menos burocracia no acesso ao crédito, mas que também “os municípios possam ter mais um parceiro, não fiquem tanto na mão da burocracia dos bancos nacionais e internacionais”.
CEARÁCREDI
O CearáCredi é uma iniciativa do Governo do Ceará lançada em abril de 2021 que tem como principal meta ampliar oportunidades de trabalho e renda para microempreendedores, trabalhadores autônomos formais e informais e agricultores familiares, por meio da disponibilização de crédito produtivo orientado, capacitação empreendedora e educação financeira. O programa, desde então, vem sendo desenvolvido pela Adece e o Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), e visa agir de forma estratégica na inclusão produtiva e financeira dos cearenses.
Em 2023, a ação financiou mais de 15 mil empreendedores, com R$ 35,4 milhões liberados de janeiro a novembro. As mulheres ocuparam o maior percentual de adesão ao benefício, com 72,7% dos financiamentos. “Estabelecer políticas que promovam o desenvolvimento econômico e social, com o objetivo de gerar emprego e renda para as populações mais pobres ainda é um grande desafio para o governo e a sociedade. O microcrédito surge nesse cenário como uma importante alternativa para o trabalhador que precisa dar o ponta pé inicial no seu sonho ou fazer melhorias no seu negócio, e nós seguimos apoiando esse propósito”, afirmou o titular da pasta do Trabalho, Vladyson Viana.