A barragem Mamoeiro, localizada no município caririense de Antonina do Norte, sangrou na última sexta-feira, 5, pela primeira vez desde sua inauguração, em 2012. A notícia foi compartilhada pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh), por meio de suas redes sociais. Conforme a Companhia, este é o 65º reservatório a sangrar no Estado.
Pelas redes sociais, o prefeito de Antonina do Norte, Antonio Filho Roseno (PDT), disse que as obras da barragem foram iniciadas em 2010 e, no final de 2012, foram concluídas, sendo inaugurada no começo de 2013. O reservatório faz parte da Bacia do Jaguaribe, represa às águas do Rio Conceição e capacidade máxima para 17.469.088 m³ de água.
ACUMULADO HÍDRICO
No começo de maio, o Ceará chegou a 50% do acumulado hídrico nos reservatórios monitorados pela Cogerh. A última vez que o Estado registrou esse número foi há quase 11 anos, em 1º de janeiro de 2012. A boa notícia é resultado de chuvas acima da média em todo o Ceará, que aumentaram o nível dos reservatórios e ajudaram a recuperar o volume de açudes em regiões que vinham sofrendo com os anos seguidos de baixas reservas hídricas.
Com base em dados da Cogerh, consultados pelo OPINIÃO CE na manhã desta terça-feira, 9, o Estado tem 62 reservatórios sangrando, outros 18 acima dos 90% e 31 abaixo de 30% de recarga. Em igual período de 2022, a reserva era de 36,9%, com 35 barragens vertendo e outras 11 acima dos 90%. Um total de 59 açudes estavam abaixo dos 30%. De acordo com a classificação da Cogerh, ao atingir o patamar de 50%, o Ceará passa para à situação “confortável”.
O secretário dos Recursos Hídricos, Robério Monteiro, avalia a situação como histórica, mas requer cautela.
“Após uma sequência de anos de seca, onde a gestão hídrica do Ceará precisou realizar um trabalho minucioso para que todos os municípios continuassem sendo abastecimentos, ter dois anos seguidos de bons aportes é de se agradecer muito. O ano de 2023 diversos atingiu números que a muitos anos não se comemoravam. Mas, precisamos ter parcimônia pois o Ceará é um Estado irregular na distribuição de chuvas, e essa água deve ser armazenada para garantir os anos seguintes”.