Redação OPINIÃO CE
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Localizado em Pacatuba, o Açude Gavião está vertendo há pelo menos 94 dias sem interrupções, considerando o período a partir do dia 29 de março deste ano até esta quinta-feira, 30.
A última vez em que o Gavião chegou próximo dessa marca foi entre março e abril de 2003, quando passou 45 dias sangrando, menos da metade da duração atual.
O quantitativo mais recente é o maior período de tempo de sangria do reservatório, de acordo com os registros da Gerência de Monitoramento da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).
A situação favorável do sistema metropolitano, com os reservatórios registrando 100% de volume, dá autonomia de água para a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), sem necessidade de transferência das águas do açude Castanhão. O reservatório tem capacidade para 33,3 milhões de m³ e faz parte da Bacia da região.
A Quadra Chuvosa neste ano garantiu um bom aporte para o Sistema RMF, com a bacia passando de 38,5% de seu volume para 83,3% entre fevereiro e junho últimos, segundo números atualizados da gestão. Mesmo com bons aportes, o clima semiárido tem como característica chuvas irregulares com regiões mais confortáveis e outras com armazenamentos menos expressivos.
“Não podemos perder de vista o uso responsável da água. é um dever de todos nós. A gestão hídrica do Ceará, por meio do Grupo de Contingência, segue monitorando e definindo ações para que todas as regiões fiquem seguras”, concluiu João Lúcio Farias, diretor presidente da Cogerh.
AÇUDES SANGRANDO NO CEARÁ
Até o dia 5 do mês passado, o Ceará tinha pelo menos 43 açudes sangrando, segundo a Cogerh. A Barragem do Batalhão, na cidade de Crateús, foi o primeiro açude a sangrar no Ceará neste ano, ainda conforme a instituição. O secretário dos Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, avaliou, à época, o cenário como um dos melhores dos últimos anos.
“Como a Funceme previu as chuvas se concentraram dentro da média, inclusive continuando no mês de junho e aportando ainda os reservatórios e aumentando as sangrias. Comparando com os momentos críticos que vivemos nas grandes secas, que se estabeleceu entre 2021 e 2017, onde chegamos a 7% das reservas hídricas hoje atingimos o índice de quase 39% de aporte, apesar da irregularidade espacial da oferta.”
Teixeira reforçou a importância do macro sistema da RMF ter atingido o seu nível máximo. “Esse foi um fato muito relevante. Com isso suspendemos o estado de escassez hídrica na Região Metropolitana, o que retirou a cobrança da Tarifa de Contingência, pela Cagece, e Tarifa de Contingência das Termelétricas, pela Cogerh.”
A situação hídrica é mais confortável hoje se comparada a anos anteriores. Desde 2013 o volume total dos açudes cearenses não atingia tal marca, registrando baixos aportes sucessivos nos anos subsequentes. O Açude Orós, um dos maiores do Estado, chegou a quase 50% de aporte, o maior número desde o ano de 2014.