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10 de fevereiro de 2025

Acrísio Sena pede que PT e PDT sentem à mesa para “defender o projeto em curso”

A fala vem em um momento de tensões internas, por mais que os quadros de ambos os blocos digam o oposto.
Foto: Reprodução/AL-CE

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O deputado estadual Acrísio Sena (PT) voltou a defender, nesta semana, a necessidade de diálogo entre PT e PDT para a continuidade do bloco governista nas eleições de outubro próximo. Em nota enviada à reportagem, o petista pede que os dois partidos sentem à mesa e elaborem juntos “um programa comum de enfrentamento ao desemprego, à fome e aos ataques à democracia que ameaçam nosso país”. A fala vem em um momento de tensões internas, por mais que os quadros de ambos os blocos digam o oposto.

Na última semana, por exemplo, o deputado federal e um dos principais apoiadores do ex-presidente Lula no Ceará, o deputado federal José Guimarães (PT), colocou em cheque a continuidade da parceria entre as duas siglas no Estado. A novela é antiga, mas ganha novos desdobramentos a partir de movimentos em nível nacional na disputa pelo Palácio do Planalto: de um lado, Ciro Gomes (PDT), nome defendido pelas lideranças pedetistas; do lado oposto, o também pré-candidato, Lula, que tenta voltar à Presidência e recebe críticas constante do Ferreira Gomes.

Para Acrísio Sena, no entanto, as diferenças têm que ser deixadas de lado. “Neste momento no qual as forças conservadoras vêm aprofundando o caos no país em diversos setores, devemos colocar nossas energias em prol do que vem dando certo. Para além da necessária discussão em torno de nomes, o foco central é que PT e PDT precisam sentar-se à mesa, defender o projeto em curso, e elaborar um programa comum de enfrentamento ao desemprego, à fome e aos ataques à democracia que ameaçam nosso país. O momento é, sobretudo, de união”.

“O povo cearense vem sendo o maior beneficiado por esta condução responsável do Executivo Estadual, que vem desde 2007. Exemplo maior é que mesmo com a saída de Camilo Santana (PT), a governadora Izolda Cela (PDT) está aprofundando o programa social já estabelecido”.

Aliança

O principal entrave no momento é a escolha do nome que encabeçará o bloco governista nas eleições de outubro próximo. Izolda Cela (PDT), que assumiu o governo após renúncia de Camilo Santana (PT), em 2 de abril, conta com simpatia da ala petista. Outro nome forte na disputa, no entanto, do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), enfrenta resistência. Além dos dois quadros, são pré-candidatos pela sigla o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, deputado Evandro Leitão, e o deputado federal Mauro Filho.

Em janeiro deste ano, o Diretório Estadual do PT aprovou uma resolução que indicou Camilo Santana como candidato do partido ao Senado Federal e reforçou a manutenção da aliança entre PT e PDT no Ceará. Em entrevista à uma rádio do Cariri, em fevereiro último, o ex-presidente Lula sinalizou que o então governador teria autonomia na escolha do candidato à sua sucessão. A fala pesou. Nas últimas semanas de Governo, em uma maratona de entregas públicas, Camilo fez acenos sobre sua preferência por Izolda Cela, o que ficou claro nos bastidores.

Antes de deixar o cargo, Camilo também conseguiu filiar três deputados estaduais ligados ao seu nome – entre eles o líder e a vice-líder na AL-CE – e reforçar a base de Izolda Cela até o fim do atual mandato. Os deputados são Júlio César Filho (ex-Cidadania e líder do Governo), Augusta Brito (ex-PCdoB e vice-líder) e Nizo Costa (ex-PSB). Em falas públicas na tribuna e em coletivas, os nomes têm defendido a postura de Izolda à frente do Executivo e reforçado o palanque para a governadora. Nesta semana, por exemplo, foi aprovada na AL-CE uma matéria que transfere para a Governadoria políticas até então encabeçadas por Izolda como vice. 

Entre as iniciativas que seguem com a governadora está, por exemplo, o Programa Integrado de Prevenção e Redução da Violência (PreVio), uma expansão do Pacto por um Ceará Pacífico que conta com investimento de R$ 350 milhões. O objetivo da proposta, lançada neste ano, é impactar mais de 100 mil jovens, mulheres, famílias e grupos LGBTQI+ das dez cidades cearenses mais populosas.

Por outro lado, Roberto Cláudio tem apoio declarado do atual prefeito da Capital, José Sarto (PDT); do presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, vereador Antônio Henrique (PDT); e de um grupo de pelo menos 30 vereadores. Oficialmente, o PDT diz que só decidirá o nome que representará a cabeça de chapa “no momento oportuno”.

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