Entre as ações da Reunião Técnica sobre Emprego do G20 Brasil, que iniciou nesta terça-feira (23), sob a coordenação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), especialista da Rede OSH (Occupational Safety and Health) discutiram, no Centro de Eventos, estratégias de enfrentamento aos efeitos do estresse térmico na saúde dos trabalhadores. O grupo apontou os profissionais da construção civil e da agricultura como os mais vulneráveis ao problema.
“Essa é uma pauta importantíssima, especialmente para nós aqui no Ceará que temos apenas um clima, que é o calor excessivo. Temos visto, principalmente na construção civil, iniciativas que fazem muito a diferença para o trabalhador, como vestimentas mais leves, disponibilização de protetores solares e cobertas com material térmico nos canteiros de obra. É importante a gente ver as experiências dos outros países, como eles têm tratado essa temática e a gente vê que o Brasil não está longe das melhores práticas que ocorrem no mundo todo”, ressaltou o superintendente regional do Trabalho e Emprego no Ceará, Carlos Pimentel.
Foram discutidas as doenças graves que os trabalhadores podem desenvolver a médio e longo prazo devido ao calor extremo, tendo em vista que as ondas de calor estão crescendo cada vez mais no Brasil. “Profissionais com atividade moderada e pesada implicam numa taxa metabólica maior, o que pode ocasionar uma sobrecarga térmica no corpo, portanto, este é um fator que agrava mais ainda a exposição ocupacional a altas temperaturas”, explicou o pesquisador da Fundacentro, Daniel Bitencourt.
O responsável pelo serviço de fiscalização do trabalho e ambiente de trabalho na Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Genebra, Joaquim Nunes, afirma que apesar de existir investimentos em alguns países, os desafios ainda se destacam, com casos de quedas de trabalhadores ou soterramentos em minas, além dos novos riscos, relacionados como o teletrabalho e questões ergonômicas. Nunes ainda afirma que a reunião é importante para a criação de políticas públicas em diversos países.
“Esse debate tem uma importância fundamental, primeiro porque essa Rede representa o Grupo de países do G20 que são países de economias importantes, para que estes possam repercutir essa mensagem e influenciar as políticas públicas em todas as regiões do mundo, sempre com o objetivo de promover a segurança e a saúde de todos os trabalhadores, sem exceção, em todos os setores, em todas as profissões”, pontuou Joaquim Nunes.
IMPACTOS DO CALOR EXTREMO
Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), a exposição ao calor excessivo é prejudicial à saúde, causando desidratação, insolação, além do agravamento de condições de saúde com doenças respiratórias, cardíacas, renais e outras doenças crônicas. O estresse térmico também pode impactar a saúde mental.
A Rede OSH (Occupational Safety and Health), estabelecida pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), busca promover a conscientização sobre questões ligadas à segurança e saúde no trabalho em todo o mundo, auxiliando na formulação de políticas eficazes para proteger os trabalhadores em seus ambientes de trabalho. A instituição se reúne de forma presencial uma vez ao ano, podendo os encontros ocorrem em paralelo ao G20.