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4 de outubro de 2024

A questão social do Brasil é um caso de polícia ou de política?

Confira a coluna do historiador Wagner Castro deste fim de semana.

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Ouvindo e lendo o noticiário da semana, sinto concretizar-se um sentimento que carrego e se arrasta desde 2016. A republiqueta que está se tornando a nação brasílis – as instituições não andam nada bem. Em meados dos anos 70, como bom ouvinte de histórias, lembro de um tio que trabalhava em uma empresa que fazia obras no Estado do Pará e Amazonas e nos contava, com uma aparência triste e amedrontada, sobre a violência daquelas bandas. “Todo dia, matam gente por lá. Índios, matam como bicho.”

A história nunca saiu do meu quengo de cearense. Aprende-se na escola que em 1989 foi instituída a República (coisa pública), mas não nos explicam que não foi tão pública. A tal República Velha como também era chamada – oligarquias, dos coronéis – nos dá indicações do poder de famílias, de estados, os quais brincavam de controlar o eleitorado em seus currais, com os votos de cabresto. Assim, decidiam e se alternavam no poder como legítimos donos da política e do bem público. Hoje são “coronéis” (donos de partidos).

Alguém lembra, na mal contatada História do Brasil, o Congresso Nacional se reunir, iniciando os trabalhos das 6h da manhã sem direito de fala da oposição? Nem no início, apogeu, meio e fim da pandemia isso aconteceu. Vixe! Esse “filme” já vimos. Recentemente, um amigo de boteco perguntou-me: “Por que o povo e essa população das favelas não saem nas ruas contra tudo isso?” Respondi-lhe “Você já presenciou ou viu nas mídias uma passeata de moradores de favelas, ali, em Copacabana ou qualquer outro bairro ou local do país, a favor ou contra do ideário de partidos ditos de esquerda ou direita?

Esses eventos sociais não acontecem, porque seus moradores não se sentem incluídos, participantes das decisões e representados pelas elites políticas e econômicas como seus legítimos representantes que permeiam as entranhas do poder constituído. Para bom entendedor, as favelas ou comunidades para alguns, são “estados” dentro do Estado omisso e oportunista. Eita, não andam muito bem as intenções de voto para a reeleição do presidente. Como assim, a CPI do MEC para depois da eleição? Instituir benefícios de bilhões à população a noventa dias das eleições – isso pode Arnaldo?

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