“A Presidência da República não é projeto, é destino.” A frase é de Tancredo Neves, que morreu eleito presidente, mas não assumiu o cargo, às vésperas da posse. O destino colocou José Sarney no cargo, para governar o Brasil por cinco anos. O ex-ministro Ciro Gomes pensa como Tancredo. Vai para a disputa, acreditando que o brasileiro pode apostar no seu propósito de reconstruir o Brasil. Ciro apresentou um plano de governo, percorreu o país, divulgando e, nas redes sociais, fez ampla comunicação. Percorreu o caminho do diálogo, exibindo um projeto de governo, o único apresentado por um pré-candidato.
Nesta quarta-feira, 20, Ciro dividirá com Lula a honra de disputar quatro vezes a presidência da República. Lula chegou lá. Ciro chegará? A evolução da campanha vai mostrar a possibilidade dele chegar ao segundo turno. Não é fácil, mas também não é impossível. A convenção nacional do PDT, além de referendar Ciro candidato a presidente, vai abrir uma divisão no campo da esquerda, transformando-o em candidato que pode alcançar o território de centro. Os institutos Datafolha e Ipesp, que substituíram o Ibope, dão a Ciro Gomes 9% de intenções de votos.
Ou seja, a preferência de 15 milhões do total de 156 milhões de eleitores. Ciro é o terceiro colocado, Bolsonaro o segundo, com 29%, e Lula, na primeira posição, com 44% das intenções de votos. Ciro vai para uma disputa onde os candidatos que lideram as pesquisas não debatem os problemas do Brasil, sua economia, segurança e cidadania, entre outros. Preferem o debate ideológico, mais à esquerda ou à direita do que se convenciona como política.
Izolda pode deixar o PDT
Na reunião da direção do PT para avaliar a indicação do PDT, que optou por Roberto Cláudio como candidato, se falou nos bastidores sobre a possibilidade da governadora deixar o PDT, ficar à vontade no cargo e não se envolver na campanha. No encontro do PDT, ficou acertado que o resultado da votação seria respeitado.