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11 de setembro de 2024

A menos de dois anos da próxima eleição, Sarto enfrenta crise política

Nos primeiros dias de 2023, Sarto chegou a mexer em 13 pastas e órgãos, como SMS, no Instituto José Frota (IJF) e metade das Regionais de Fortaleza
Foto: Beatriz Boblitz

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Possível candidato à reeleição em 2024, o prefeito José Sarto (PDT) tenta se firmar num cenário político inconstante na Capital cearense. Nos últimos dois anos, a opinião do fortalezense sobre a atual gestão, por exemplo, tem sido mais negativa do que positiva. Segundo as duas últimas pesquisas da Opnus, Sarto saiu de 45% de desaprovação, em dezembro de 2021, para 57% em abril do ano passado, ou seja, mais da metade da população não aprova a atual gestão. Em janeiro deste ano, o clima se acirrou ainda mais para a trajetória do pedetista com a votação da Taxa do Lixo e a mudança de 13 nomes de seu secretariado.

Nos primeiros dias de 2023, Sarto chegou a mexer em 13 pastas e órgãos e na metade das Regionais de Fortaleza. Três vereadores que votaram a favor da Taxa do Lixo ganharam cargos. Uma mudança de impacto político significante é na Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS). Assumiu Francisco Ibiapina, ligado ao deputado federal André Figueiredo (PDT).

Substituiu também o único petista com cargo na gestão, Ilário Marques. Ibiapina era secretário-executivo da Proteção Social até agosto passado, quando deixou o cargo no governo Izolda Cela, em meio ao rompimento entre PDT e PT antes da eleição estadual ano passado. Na Saúde, João Borges, médico pediatra e ex-diretor da Unimed Fortaleza, entrou no lugar de Ana Estela Leite. No IJF, o médico Daniel Holanda assume a superintendência no lugar de Riane Azevedo.

TAXA DO LIXO
Em meio à polêmica Taxa do Lixo, Sarto enfrenta sociedade civil e parlamentares. Mesmo assim, o projeto da Taxa do Lixo, de autoria do Executivo municipal, foi aprovado e sancionado no final do ano passado. A nova discussão aconteceu após manobra da oposição, que barrou a votação de emendas que ampliariam isenções. Com isso, o prefeito se tornou obrigado a elaborar uma nova proposição com as isenções previstas no texto principal.

O novo projeto que prevê isenções à Taxa deve começar a tramitar na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFOR) a partir desta quinta-feira, 12. A informação foi dada anteriormente ao OPINIÃO CE pelo presidente da Casa, vereador Gardel Rolim (PDT) e agora, pelo vice-presidente, Paulo Martins (PDT).

Com a oposição de fora, a base governista ficou sem votos para aprovar as isenções que propunha, conforme adiantou a reportagem. Sem as emendas que visavam amenizar o texto e torná-lo menos impopular, a versão aprovada desagrada até mesmo os favoráveis à proposta. Eram necessários 29 votos favoráveis para aprovar os artigos 10 e 11 do projeto, que traziam as emendas que ampliavam as isenções para cerca de 70% da população. Com a manobra orquestrada pelos opositores, a base, no entanto, conseguiu apenas 25 votos.

Em entrevista à esta reportagem, Paulo informou que a indicação do novo líder da Câmara só deve acontecer depois que o prefeito Sarto volte de viagem de férias na próxima semana. Em relação aos preferidos, o vereador disse que já existem possíveis nomes. “Vai ser um nome do PDT, com os nomes Carlos Mesquita, Iraguassú Filho ou Didi Mangueira”, declarou.

Sobre a taxa do lixo, o vice-presidente da Mesa Diretora informou que vai a sessão extraordinária acontece nesta quinta-feira, mas que ainda deve ir para comissão. A perspectiva é que a matéria passe porque os vereadores estão tendo a consciência da importância dessa isenção da Taxa do Lixo.

“Hoje vai ser a primeira reunião da Mesa empossada. Vamos tratar dos trabalhos das sessões, reforçar regras do regimento. O que os vereadores esperam que essa composição da mesa faça. Vamos traçar planos para os próximos dois anos para cidade de Fortaleza”, completa Paulo Martins.

As duas situações são possivelmente as mais desafiadoras para os 35 anos de carreira política para Sarto. Assim como as relações partidárias e a crise na Câmara, passam pelo diálogo que Sarto tenta estabelecer com o Partido dos Trabalhadores (PT). As duas pautas são cruciais para o cenário eleitoral que pode se desenhar em 2024 e para o futuro do prefeito da 5ª maior capital do país.

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