A campanha nacional de vacinação contra a Poliomielite, doença também conhecida como paralisia infantil, segue até o dia 31 de outubro. Em Fortaleza, 65.857 crianças foram vacinadas até a última terça-feira, 18, segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), o que representa 50,4% do público que deve ser imunizado. A meta é imunizar 130 mil crianças.

Devido ao baixo número de vacinados, a pasta reforça a importância do esquema vacinal completo contra a doença. O objetivo é vacinar crianças de 1 a 4 anos, 11 meses e 29 dias. A meta estabelecida pelo Ministério da Saúde é de 95%, porém trata-se da vacina de rotina para poliomielite, que é aplicada aos 2, 4 e 6 meses de idade.

Em comparação com outras capitais do Nordeste, como Recife, em Pernambuco, os números são parecidos. A capital pernambucana, até a última sexta-feira, 14, havia imunizado apenas 50% do público-alvo, segundo dados da Prefeitura Municipal de Recife. Já em Salvador, na Bahia, até o mês passado, apenas 19% das crianças da capital baiana haviam sido vacinadas, de acordo com dados da Secretaria Municipal da Saúde de Salvador.

NÚMEROS DO CEARÁ
No Ceará, até esta última quarta-feira, 19, segundo dados da Secretaria da Saúde (Sesa) do Estado, a cobertura vacinal estava em 81,8%, o que representa 515.696 crianças menores de 5 anos. Apesar de estar abaixo da meta preconizada pelo Ministério, ainda de acordo com a Sesa, o Ceará é o terceiro estado que mais vacina. A pasta também informa que, após o prazo da campanha de vacinação, as famílias ainda poderão levar as crianças para as salas de imunização. Na campanha de vacinação, os pequenos e as pequenas recebem uma dose extra da vacina pólio oral (gotinha – VOP), desde que já tenham recebido as três doses inativadas contra pólio (VIP). A dose extra é destinada para as crianças de 1 a 4 anos, 11 meses e 29 dias que já completaram o esquema vacinal de rotina, aos 2, 4 e 6 meses de idade.

A vacina é a única forma comprovadamente eficaz de prevenção contra a doença. Os casos graves podem levar à paralisia muscular, principalmente nos membros inferiores. É uma doença contagiosa e aguda, causada pelo poliovírus (sorotipos 1, 2 e 3), que pode infectar através do contato direto com as fezes ou secreções expelidas pela boca de pessoas infectadas) e provocar, ou não, a paralisia.

O Ceará não possui novos casos confirmados há 34 anos. De acordo com dados da Sesa, o poliovírus foi isolado pela última vez em maio de 1988, no município de Crateús, na região Norte do Estado. O último caso confirmado no Brasil aconteceu no ano seguinte. Em 1994, o país recebeu, da Organização Mundial da Saúde (OMS), o certificado de eliminação da doença. Porém, as autoridades de saúde alertam que o vírus tem possibilidade de retornar devido à baixa cobertura vacinal em alguns países.

A vacina está disponível nos 116 postos de saúde da capital cearense, esclarece a SMS. Nos demais municípios cearenses, a imunização deve ser buscada nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

O esquema vacinal funciona da seguinte forma:
1ª dose: aos 2 meses, por injeção (VIP);
2ª dose: aos 4 meses, por injeção (VIP);
3ª dose: aos 6 meses por injeção (VIP);
1º reforço: 15 meses (1 ano e 3 meses) por meio da vacina oral (VOP);
2º reforço: menores de 4 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias), por meio da vacina oral (VOP).