Melhor jogador brasileiro em atividade e candidato a protagonista da Copa do Mundo deste ano, Neymar declarou voto no presidente Jair Bolsonaro e vem sendo bombardeado por isso nas redes sociais. Navegando pelo Twitter, pude acompanhar relatos de pessoas dizendo coisas como “Neymar estragou a Copa do Mundo para a maioria dos brasileiros”. O “cancelamento” do atacante foi quase tão comentado quanto o último debate presidencial deste primeiro turno, que aconteceu na última quinta-feira. Para essas pessoas que estão achincalhando Neymar, a questão não é o jogador se posicionar, mas não apoiar o candidato que elas consideram o melhor.
Esses mesmos indivíduos bradam que são a favor da democracia, mas que democracia é essa onde só há respeito se você concorda com eles? Este singelo colunista, por exemplo, tem verdadeira abjeção ao candidato apoiado por Neymar, mas o jogador, como cidadão brasileiro, tem o direito de se posicionar a favor de quem quer que seja. Há também de se separar o eleitor do atleta. Eu não torço para o nosso camisa 10 porque ele é de direita, centro, esquerda ou transversal, sou fã porque ele joga demais e pode ajudar nossa seleção a chegar ao almejado hexacampeonato. É necessário ter noção também de que essa “bolha do cancelamento” faz mais barulho do que de fato tem efetividade.
Essas pessoas têm a fantasia de serem os baluartes da opinião pública, quando na verdade são apenas uma representação de nicho. Duvido que a maioria dos brasileiros, mesmo os que votam em candidatos concorrentes, vai deixar de ver o jogo e torcer pela Seleção Brasileira por conta da escolha eleitoral do Neymar. A Copa do mundo é mês que vem e as audiências dos jogos vão nos mostrar que todo esse burburinho não passa de histeria de uma bolha ideológica.