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25 de março de 2025

A espera feliz

Ser mãe consiste em esperar. O melhor momento, o melhor tempo, o melhor do outro e o melhor de si

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Ser mãe consiste em esperar. O melhor momento, o melhor tempo, o melhor do outro e o melhor de si. Nem sempre conseguimos. Em alguns momentos falhamos. O outro falha. O tempo fecha. Em alguns momentos nada conserta e às vezes, em casos mais graves, nada se refaz. Mas na certeza de que momentos, dias, tempo e pessoas melhores virão, nos tornamos felizes. No cozinhar uma comidinha cheirosa e saborosa, no caminhar mais devagar, no sentir o cheiro de shampoo Jhonson e se emocionar.

Nos tornamos então felizes no caminho. No processo. Enchemo-nos de esperança quando ninguém mais acredita. Arrebentamos as barreiras com fé: uma fé diferente, forte, determinada. A fé de uma mãe que sabe o que quer. Quer menos sofrimento. Menos dor. Menos lágrimas e mais amor. Hoje eu sem querer machuquei minha pequena — com um brinco. Nervosa e na ânsia de ajudar, piorei uma situação. Chorei junto com ela. Gritei de desespero. Me calei em um soluço profundo.

Pedi perdão. Fiquei pensando em como as coisas são frágeis e em como nos apavoramos em algumas situações que não nos permitem… esperar. É na hora. É agora. É às vezes de uma forma que não conseguimos alterar. Mas é também na maternidade que acreditamos (e precisamos acreditar) que tudo passa. Sim, TUDO passa. E quando passar eu tenho certeza que se tornará saudade. Minha amiga, nós nunca estaremos prontas. Eu nunca estarei pronta, você nunca estará pronta. Mas esperamos, e esperamos mesmo, que seguiremos felizes. Que viveremos por esta terra com esperança. Uma espera… feliz.

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