Voltar ao topo

17 de fevereiro de 2025

A ciranda do futebol

Duas pratas da casa, de 24 anos, apareceram com boas atuações e foram negociados. Hércules, do Fortaleza, foi vendido ao Fluminense e Erick Pulga, do Ceará, ao Bahia

Compartilhar:

É um paradoxo o momento do futebol brasileiro. Com o dinheiro que rola dos patrocínios, não deveria haver perda de qualidade técnica, mas o fato de o mercado ser a estrela-guia assanha o bolso de dirigentes, empresários, jogadores e ficam todos interessados numa transação.
Por conta desse reboliço o futebol cearense perde dois dos seus melhores jogadores. Duas pratas da casa, de 24 anos, apareceram com boas atuações e foram negociados. Hércules, do Fortaleza, foi vendido ao Fluminense e Erick Pulga, do Ceará, ao Bahia.

Quem sofre com isso é o torcedor. Devido a esse vai e vem de jogadores, que vivem se transferindo de um clube para outro, o torcedor fica frustrado e vê cada vez menor a possibilidade de escalar seu time do goleiro ao ponta esquerda, como se fosse uma poesia.

Os mais antigos atribuem ao passe livre esse desmantelo das equipes e defendem a tese de que, com o passe preso, os jogadores permaneciam na mesma equipe, o que gerava amor ao clube e entrosamento dentro do campo. O argumento tem lá suas razões.
Por outro lado, a situação medieval que levava o jogador a se manter preso ao clube era humanamente insustentável e a legislação esportiva foi ampliando os direitos dos jogadores até chegar ao momento atual, no qual o jogador fica obrigado a cumprir o contrato, mas mantém o passe livre.

Como a maioria dos clubes brasileiros vive de pires na mão e ainda não descobriu como manter o futebol de forma rentável, o negócio é vender os melhores jogadores para fazer caixa. E aí cometemos o grande equívoco de vender o artista para depois contratar o espetáculo.
Devido a sua posição no ranking do futebol conquistada nos últimos anos, a manutenção do mesmo técnico e com um elenco já conhecido e baseado num rodízio de atletas, o Fortaleza tem jogadores de meio do campo que, à primeira vista, podem substituir o Hércules.

No caso dos alvinegros, penso que o Ceará vai encontrar dificuldades na substituição de Erick Pulga. Como dizia o Mestre, aqui da Beira-Mar, o Ceará era o Pulga e mais 10. Artilheiro! Driblava! Passava! Finalizava e era o maior ídolo do Ceará.

[ Mais notícias ]