Ciro Gomes é um nome de referência nacional. As pesquisas o colocam em terceiro lugar na preferência ao cargo de presidente da República. Não é pouca coisa. Tem grandes responsabilidades no Ceará, como líder de um projeto em andamento, que foi implantado por Cid, muito bem tocado por Camilo Santana e, tem, agora, continuação com Izolda Cela. São responsabilidades contratuais com grandes empresas do Mundo, que estão mudando a economia de um Estado pobre como o Ceará. Há imperfeições, sim, mas, até hoje, foi o melhor que ocorreu. A sociedade, a cada dia, cobra mais e mais. O projeto depende de um combustível fundamental: o povo, de eleições que referendem o apoio político para sustentar uma aliança de vários partidos.
Na carta endereçada ao jornalista Macário Batista, a quem trata como amigo, Ciro fez desabafos e colocou fortes posições. Ele abre a correspondência se dizendo preocupado com “o ambiente de futricas e intrigas que têm dominado o ambiente político por estes dias”. Ciro, também, fala em não se envolver em “trama de traições, soberba e falta de humildade”.
Na carta, afirma: “Temos um adversário muito forte na disputa para governo do Ceará. Alguns creem que a muleta de nosso apoio e de Lula garantiria a vitória a qualquer um. Não acredito nisto e me ponho de forma muito humilde, cheio de cuidados, para não ver nosso Estado entregue ao bolsonarismo”, escreveu, sobre a escolha do candidato da aliança.
Ciro foi claro, ao escrever: “É tradição, não costumamos apontar de cima para baixo quem são os candidatos do partido. A ideia é colocar o projeto acima de naturais pretensões individuais, por mais qualificadas que sejam”. Ele explica que foi assim a escolha de Roberto Cláudio para prefeito, lá atrás na opção por Camilo Santana e, mais recentemente, na indicação de José Sarto.
Ciro afirma, ainda, que o partido escolheu quatro pré-candidatos “extraordinários” e pergunta como escolher sem quebrar a unidade. Ele explica que foi criado um roteiro de critérios. Primeiro, cada candidato percorreria, isoladamente ou em conjunto, o território cearense. Segundo, ouviriam a população. Terceiro: apresentariam suas ideias e propostas. Quarto: na primeira quinzena de julho, seria feita uma avaliação, junto à opinião pública, para saber qual o nome mais viável para salvar o Ceará de uma tragédia política, que seria uma derrota para o Capitão Wagner, apoiado por Bolsonaro.
O pré-candidato conclui, afirmando que “vai ser assim a dinâmica”. Mais uma vez, foi claro ao reafirmar que os piores conselheiros seriam o “já ganhou, o salto alto, a vaidade, as intrigas, os conchavos e a ambição desmedida”.
Ciro encerrou seu texto, envolvendo a imprensa. “Tentar impor um ou outro nome pelos jornais, mais queima este nome e compromete nossa unidade, fortalecendo o adversário, que já é muito forte, do que ajuda”. A carta, pelo roteiro, abrange e adverte todos os líderes da aliança e demonstra, claramente, a preocupação de Ciro com uma derrota.