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11 de fevereiro de 2025

A bíblia de Trump

O ex-presidente, agora, faz propaganda, pedindo que os norte-americanos adquiram a bíblia patriótica
Foto: Reprodução/Redes Sociais/Trump

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Mais uma vez o ex-presidente dos Estados Unidos está envolvido numa polêmica. Agora ele faz propaganda, pedindo que os norte-americanos adquiram a bíblia patriótica, que custa 60 dólares (300 reais, caso algum brasileiro tenha interesse em desembolsar). Mas do que se trata? Como é essa bíblia? Por acaso o texto milenar foi reescrito, ou alterado pela sabedoria e perspicácia de Donald Trump? Por acaso ele inaugurou um novo decálogo, com suas pautas retrógradas e conservadoras? Alterou passagens em que Jesus se mostra atuante na defesa dos vulneráveis? As notícias dizem que não. 

A bíblia tem, claro, características exclusivas: “Deus abençoe os Estados Unidos”, bandeira do país na capa e frases de cunho politico. A divindade e a religião privilegiadas ficam bem definidas, o que coloca crentes de outros credos e não crentes em condição de inferioridade num Estado que não deveria primar por fé. Trump evoca a velha combinação entre política e religião que a história mostrou não ter bons resultados. 

Em pleno ano eleitoral, o aspirante a retornar ao cargo de presidente, lança esse apelo, que deve funcionar, sobretudo com o público cristão conservador. Quem compra a bíblia, ajuda na campanha, pode nutrir o espírito com palavras de fé e sempre que fechar o livro lembrará do candidato, de certa ideia de patriotismo, de sua posição enquanto eleitor. 

O cidadão estadunidense trumpista deve pensar assim: Trump lançou uma bíblia, então o que ele diz e faz é o correto, pois um homem seguidor e propagador do livro sagrado, age corretamente e quer o bem de seu povo e de sua nação. O outro, do outro lado, não tem nem lançou bíblia. Há pouco tempo, católicos conservadores brasileiros atacaram a Bíblia Pastoral, que é bastante popular e de linguagem acessível. Segundo eles, haveria esquerdismo em várias passagens da escritura, em diversas notas de rodapé. Para esses fundamentalistas, nem o papa escapa. 

Se essa moda pega, não custa imaginar que poderemos ter em breve uma bíblia verde e amarela. 

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