Um total de 234 candidatos e candidatas disputam, a partir desta terça-feira, 16, uma vaga no Senado Federal. Segundo levantamento da Agência Senado, o perfil médio dos concorrentes permanece o mesmo das últimas eleições: homem, branco, casado, com nível superior e mais de 50 anos. O percentual de homens na disputa chega a 77%. No Ceará, dos cinco candidatos inscritos no portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e que aguardam julgamento, duas são mulheres: Enfermeira Ana Paula (PDT) e Kamila Cardoso (Avante), o que corresponde a 40%.
O prazo para registro das candidaturas na Justiça Eleitoral terminou nesta segunda-feira, 15, porém, os números estão sujeitos a atualizações à medida que os registros das candidaturas são analisados.
No geral, o total de candidatos neste ano é superior ao pleito de 2014, quando 185 pessoas concorreram pelo mesmo número de vagas – 27. Nas eleições de 2018, foram 352 candidatos a senador, mas que disputaram 54 cadeiras (dois terços das vagas do Senado). Naquele ano, o Ceará teve 11 candidatos, incluindo os eleitos Cid Gomes (PDT) e Eduardo Girão (pelo Pros, na ocasião). Em 2018, apenas duas mulheres participaram da disputa: Anna Karina (Psol) e Dra. Mayra (PSDB), percentual que representou 18%.
Em 2014, o Ceará teve quatro candidatos ao Senado, sendo duas mulheres: Geovana Cartaxo (PSB); Mauro Filho (Pros); Raquel Dias (PSTU) e Tasso Jereissati (PSDB) – eleito.
Disputa ao Senado por gênero:
- Homem: 181 (77,02%)
- Mulher: 53 (22,55%)
Nacional
O perfil dos candidatos registrados mostra um aumento no número de mulheres, mas evidencia estabilidade no quantitativo de candidatos que se autodeclaram negros. Na base de dados do TSE, estão registradas 53 candidatas do sexo feminino, o que corresponde a 22,5% dos concorrentes. Em 2018, a Justiça Eleitoral registrou 17,6% mulheres na disputa para o Senado. Quatro anos antes eram 18,9%. Mesmo com o crescimento deste ano, o percentual ainda está distante dos objetivo de ao menos 33% de candidaturas femininas registradas para todos os cargos.
Quanto ao recorte por cor/raça nenhum avanço no perfil dos candidatos ao Senado, apesar do aumento das candidaturas negras no quadro geral, que chegou a 49,5% em 2022, contra 46,5% em 2018 e 44,2% em 2014, segundo levantamento da Agência Senado. Do total, 31% são negros, onde 22 pessoas se autodeclararam de cor “preta”. Outras 51 se identificaram como “pardas”. Os números correspondem respectivamente a 9,36% e 21,7% dos postulantes ao cargo de senador. Em 2018, 33,5% se autodeclararam negros. Já em 2014 o índice ficou em 30,7%.
Indígenas
Quanto às candidaturas indígenas, houve um crescimento no País, mas com baixo percentual – de 0,46% em 2018 para 0,62% este ano. Para o Senado, apenas três candidatos autodeclarados indígenas estão na disputa, o que equivale a 1,28%.
O Ceará tinha uma das candidaturas postulantes ao Senado. Porém, Paulo Anacé (PSOL) resolveu se retirar da disputa para concorrer a uma vaga na Câmara Federal. O objetivo, aponta o presidente da Federação PSOL-Rede no Ceará, Tecio Nunes, é eleger dois deputados federais pelo Estado. O entendimento foi tomado pelo diretório estadual do partido e ratificado junto à Rede, também estadual, em reunião iniciada no último sábado, 13. A federação vai apoiar Camilo Santana (PT).
Candidatos ao Senado por raça/cor:
- Branca: 156 (66,38%)
- Preta : 22 (9,36%)
- Parda: 51 (21,70%)
- Amarela: 1 (0,43%)
- Indígena: 3 (1,28%)