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21 de janeiro de 2025

600 mil cearenses saíram da extrema pobreza entre 2021 e 2023, aponta Ipece

A queda foi acentuada pela dinâmica na zona rural, onde 407 mil pessoas saíram da condição no período; na Capital, no entanto, a porcentagem de pessoas na extrema pobreza aumentou em 36,8% entre 2021 e 2023
Foto: Natinho Rodrigues

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Cerca de 600 mil cearenses saíram da condição de extrema pobreza entre os anos de 2021 e 2023, no período imediato pós-pandemia, representando uma redução de 40,6% no número de extremamente pobres no Estado. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (23), pela Diretoria de Estudos Sociais (Disoc) do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), com base nas informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE).

A queda no número de pessoas na condição foi acentuada pela dinâmica apresentada na zona rural, onde cerca de 407 mil pessoas deixaram a extrema pobreza. A redução foi de 56,7% no campo. Já na zona urbana, 193 mil conseguiram se livrar da pobreza extrema, representando uma queda de 25,4%. Em 2023, conforme o Ipece, 15,5% da população rural e 7,7% da população urbana ainda permaneciam na condição, mas do total de cearenses nessa situação, 64,5% viviam em zona urbana e 35,4% na zona rural.

De acordo com Jimmy Oliveira, analista de Políticas Públicas e autor do trabalho, o aumento no valor das transferências dos programas sociais foi um dos fatores para que o Estado apresentasse tal resultado.

O objetivo do estudo, segundo o Ipece, foi calcular o número e a proporção de pessoas no Ceará com renda abaixo da linha de pobreza internacional utilizada para o monitoramento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Atualmente, a linha de pobreza internacional é definida como US$ 2,15 (R$ 12,11) por pessoa por dia pela paridade do poder de compra (PPC) de 2017.

Como esse valor foi definido com base nos padrões de vida dos países mais pobres, passou a ser considerado como uma linha de extrema pobreza. Por conseguinte, como o padrão de consumo tende a variar positivamente com o nível de renda de um país, duas outras linhas de pobreza para países de renda média foram definidas como US$ 3,65 (cerca de R$ 20,56) e US$ 6,85 (cerca de R$ 38,59) por pessoa por dia (PPC 2017) para países de renda média-baixa e renda média-alta, respectivamente.

POPULAÇÃO EXTREMAMENTE POBRE AUMENTA EM FORTALEZA

O levantamento mostra uma mudança no perfil da população extremamente pobre no Estado, que passou a ser majoritariamente urbana. Entre 2021 e 2023, por exemplo, a população de extremamente pobres na capital Fortaleza subiu em mais de 46 mil, representando um aumento de 36,8% no período.

Já nas Regiões Sul (-58,3%), Sertões (-54,3%), Litoral Ocidental e Norte (-50,4%) e Litoral Oriental/Vale do Jaguaribe (-51,4%), todas reduzirem em mais da metade a população extremamente pobre. Assim, no período, houve redução em todos os estratos geográficos, com exceção de Fortaleza, com a população da capital vivenciando o aumento da extrema pobreza nos últimos dois anos, com um total de aproximadamente 172 mil fortalezenses nessa situação. 

Entre 2021 e 2023, o número de pessoas na extrema pobreza cresceu 14,6% na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), enquanto caiu 53,3% no interior do Estado, com reduções de 55,1% no interior rural e 50,9% no interior urbano. Em 2023, a RMF concentrava 35,9% de toda a população extremamente pobre do Ceará. 

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