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14 de janeiro de 2025

Homens encapuzados ateiam fogo em guarita do ICMBio no Parque Nacional de Jericoacoara

O Parque Nacional vive um momento de tensão após o anúncio de nova taxa para entrada no equipamento
Foto: Reprodução

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Homens encapuzados incendiaram uma barraca usada como guarita do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) na entrada do Parque Nacional de Jericoacoara, em Jijoca, no Ceará. O caso ocorreu na última quinta-feira (5), na localidade de Lagoa Grande, uma das entradas do parque, e foi confirmado pela Prefeitura de Jijoca.

Segundo os relatos já obtidos, oito homens encapuzados teriam chegado à guarita em motos e atearam fogo. A estrutura é feita de madeira e palha, e foi facilmente consumida pelas chamas. Dois servidores públicos federais estavam no local no momento do ataque, mas conseguiram fugir sem ferimentos. A principal suspeita é de ação criminosa. A administração do ICMBio, órgão do Governo Federal, afirmou que as circunstâncias estão sendo apuradas. A Polícia Federal vai investigar o caso.

Em nota, a Prefeitura de Jijoca de Jericoacoara manifestou “total repúdio aos atos criminosos ocorridos”. “Reforçamos que o Município é plenamente favorável ao direito à manifestação, desde que ela ocorra de forma pacífica e respeitosa, priorizando sempre o diálogo entre as instituições e a população. No entanto, não podemos tolerar ou compactuar com qualquer forma de violência ou destruição de patrimônio público e ambiental, que só prejudicam nossa comunidade e comprometem todos os atos pacíficos”, apontou.

A gestão municipal também disse que busca “soluções conjuntas e reforça a importância de que as manifestações respeitem os princípios da legalidade e civilidade”.

CLIMA TENSO

O incêndio ocorre em um contexto de tensões envolvendo a gestão do parque nacional e a implementação de uma nova tarifa para turistas, que deve começar a valer a partir de janeiro. Nas últimas semanas, a gestão do Parque Nacional de Jericoacoara tem sido alvo de protestos relacionados à cobrança de uma tarifa adicional para visitantes, prevista no contrato de concessão do equipamento. A concessão, leiloada no início do ano, transferiu a gestão viária, o controle de público e a cobrança das taxas para uma empresa privada. Já o ICMBio mantém a responsabilidade pela gestão ambiental.

Moradores e trabalhadores do turismo na região, que já são submetidos a uma taxa municipal cobrada pela Prefeitura, têm criticado fortemente a ação. O Município acionou a Justiça para suspender a nova cobrança da concessionária, alegando impactos negativos na economia local.

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