Jair Bolsonaro elegeu a Petrobras como vilã da economia nacional. Diz que a culpa de parte das mazelas do País é da empresa. Mas a privatização, prometida pelo presidente como solução para os problemas dos brasileiros, não parece passar de lorota pré-eleitoral. É que não há tempo hábil para os devidos ritos legais de se desfazer da estatal até outubro. Se as pesquisas estiverem certas, também não haverá tempo para a gestão atual tomar alguma medida nesse rumo. Recomenda-se, pois, que se deixe esse discurso exatamente no campo da conversa mole. A dúvida maior, então, se torna outra: com desgaste tão brutal, a Petrobras terá algum valor significativo se um dia for transferida para o controle particular? Quanto a sociedade ganhará – ou perderá – com esse jogo? O brasileiro vai pagar pelo uso político da Petrobras?
Prazer, Adolfo!
“A China é uma merda”, “licença maternidade de 180 dias prejudica a empregada”, ¨Pinochet era de esquerda”, “mulheres são um problema para empresas porque engravidam”, “mulheres são mais eficientes fora do mercado”. As frases são dignas de sandices com as já expelidas por nomes da intelectualidade bolsonarista, como Abraham e Arthur Weintraub, André Fernandes, Ernesto Araújo, Eduardo Bolsonaro, Damares Alves, Mayra Pinheiro e Olavo de Carvalho. Mas são do novo ministro das Minas e Energia, Adolfo Sachsida.
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No fim das contas, Sachsida tem o mesmo recheio mental dos citados. Definições assim do Planalto costumam recair sobre pessoas com comportamentos nesse degrau. Em 2014, o agora ministro chegou a ser arrancado à força das galerias da Câmara federal por xingar deputadas. Não é coincidência: sempre escolhem mulheres como vítimas.
Nublado
É à postura e às falas de pessoas como Sachsida que a opinião pública tem agora de se submeter. E precisa ficar atenta. Não importa tanto que seja aguentada, mas o modo como essa turma opera para tratar da coisa pública. E, nesse caso, não há sinais positivos.
Resolvido, mas em parte
Pessoas com deficiência têm agora menos obstáculos na Câmara de Fortaleza. A Casa adotou providências para facilitar a acessibilidade de todos os públicos. Menos mal, uma vez que ambientes desfavoráveis a quem carece de condições especiais para movimentação impediam o acesso amplo. Necessário agora é dar um jeito na postura de parte dos vereadores – há quem bata em mulher, quem defenda discriminação e até quem se aproprie de projetos alheios.